
O presidente Lula soltou o verbo sobre um dos assuntos mais sensíveis do momento — e olha que não faltam temas espinhosos por aí. A vaga que vai abrir no STF com a aposentadoria do ministro Lewandowski virou pauta quente, e o chefe do Executivo deixou claro que não vai fazer rodeios na hora da escolha.
"Não quero amigo", disparou, sem meias palavras. Parece óbvio, né? Mas na política — e principalmente no Brasil — as coisas raramente são tão transparentes assim.
O que realmente importa
Lula foi além, muito além. "Não sei se será mulher, homem, preto ou branco", confessou, jogando por terra qualquer especulação sobre cotas ou representatividade obrigatória. O que ele quer — e isso ficou cristalino — é competência pura e simples.
O presidente até brincou com a situação, dizendo que "não tem amigo para indicar". Sabe como é, né? Na hora H, todo mundo some. Mas a verdade é que ele parece determinado a evitar qualquer sombra de politicagem nesse processo.
Um respiro na polarização?
Num país onde tudo vira briga ideológica — desde a cor da camisa até o time de futebol —, a declaração de Lula soa quase como um alívio. Mérito acima de qualquer outra consideração? Quem diria que ainda ouviríamos isso nos dias de hoje.
Mas calma lá, não vamos cantar vitória antes da hora. Entre o discurso e a prática existe um abismo — e no Brasil esse abismo costuma ser bem mais fundo que o normal.
O fato é que o presidente colocou a bola na quadra do Senado, lembrando que qualquer nome que ele indicar terá que passar pelo crivo dos senadores. E convenhamos: essa etapa costuma ser bem... digamos, movimentada.
O timing da coisa
O ministro Lewandowski se aposenta em maio — ou seja, a pressão já começou. Lula admitiu que ainda não tem nomes na manga, mas garantiu que vai cumprir "rigorosamente" o que manda a Constituição.
Será? A gente bem sabe que na política as promessas são como nuvens: bonitas de se ver, mas que se dissipam com o primeiro vento forte.
O que resta é esperar — e torcer para que dessa vez as coisas realmente sejam diferentes. Porque convenhamos: o Supremo já tem problemas suficientes sem precisar de mais polêmicas na sua composição.
Enquanto isso, o Palácio do Planalto vira um verdadeiro formigueiro. Todo mundo quer saber quem será o escolhido — ou a escolhida. Mas pelo visto, vai ter que esperar sentado.