O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou, em entrevista ao SBT News, que enviou uma mensagem de agradecimento ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O gesto ocorreu após a retirada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky.
Retirada das sanções e diálogo direto
A decisão americana, anunciada na sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, também removeu as punições contra a advogada Viviane Barci, esposa do magistrado, e o Instituto Lex, empresa administrada por ela. Moraes havia sido incluído na lista no dia 30 de julho deste ano, em meio a pressões para que o STF recuasse no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na entrevista, veiculada na noite de segunda-feira, 15 de dezembro, mas gravada na sexta, Lula destacou o respeito mútuo. “Nós temos 80 anos, os dois. Aliás, ele é seis meses mais novo do que eu. E eu tenho falado que duas pessoas dessa idade não têm o direito de brincar”, afirmou o presidente.
Lula contou que, na mensagem, pediu a liberação de todos os seus ministros punidos pela lei americana. “E nenhum ministro, em lugar nenhum do mundo, pode ser punido porque cumpriu a Constituição de seu país”, completou, referindo-se à atuação de Moraes.
Perspectivas para as relações bilaterais
O presidente demonstrou otimismo em relação ao futuro da parceria entre Brasil e Estados Unidos. “Eu tenho certeza que vai dar certo. Tenho certeza que vai dar certo a nossa relação de comércio e tenho certeza que vai dar certo a nossa relação política”, declarou.
Ele lembrou os primeiros encontros com Trump, ocorridos na ONU em setembro e na Malásia em outubro, além de um telefonema de quase uma hora. Sobre a recente taxação americana a produtos brasileiros, Lula defendeu a paciência. “Muita gente achou que eu tinha que falar imediatamente com o Trump. Eu falei que para tudo tem um tempo. Primeiro, esperar a água baixar”, explicou.
Posicionamento sobre Bolsonaro e projeto de dosimetria
O petista também voltou a comentar o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu só acho que o cidadão que tentou dar um golpe nesse país... merece ser condenado”, afirmou, sem especificar a quantidade de anos de pena.
O presidente aguarda a chegada do Projeto de Lei da Dosimetria à sua mesa para decidir sobre veto ou sanção. O texto, que pode reduzir a pena de Bolsonaro de 27 anos para cerca de 2 anos e 4 meses, terá seu parecer apresentado no Senado nesta quarta-feira, 17 de dezembro.
“Quando chegar na minha mesa, eu vou estar sentado na minha mesa com Deus, e vou tomar a decisão”, disse Lula, prometendo agir pelo bem da democracia e da autonomia entre os Poderes.
