O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta quinta-feira, 20 de novembro de 2025, a indicação de Jorge Messias para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. O atual advogado-geral da União está destinado a substituir o ministro Luís Roberto Barroso, que deixou a Corte no mês anterior após aposentadoria.
O significado histórico da nomeação
Com esta indicação, Messias se torna o 11º ministro indicado por Lula ao STF ao longo de seus três mandatos presidenciais. Há um fato curioso que marca sua trajetória: ele é o segundo titular da Advocacia-Geral da União (AGU) a receber esta honraria do presidente petista. O primeiro foi Dias Toffoli, que integra o Supremo desde 2009.
O cenário atual do STF revela uma significativa influência de governos petistas na composição da Corte. Das onze cadeiras do Supremo, impressionantes sete são ocupadas por ministros nomeados por administrações do PT. Esta contagem inclui Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux, que chegaram ao tribunal por indicação da ex-presidente Dilma Rousseff.
O panorama político do STF atual
Analisando a origem das nomeações dos demais ministros, identificamos dois indicados por Jair Bolsonaro (André Mendonça e Nunes Marques), um por Michel Temer (Alexandre de Moraes) e um por Fernando Henrique Cardoso (Gilmar Mendes).
Dos dez ministros que Lula havia indicado até o momento, quatro permanecem em exercício no STF. A trajetória de cada um reflete diferentes momentos políticos e jurídicos do país.
Os dez ministros indicados por Lula ao STF
Ayres Britto
Posse: 25 de junho de 2003
Aposentadoria: 16 de maio de 2012 (9 anos e 146 dias)
Cargo anterior: desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região
Joaquim Barbosa
Posse: 25 de junho de 2003
Aposentadoria: 31 de julho de 2014 (11 anos e 36 dias)
Cargo anterior: procurador da República
Cezar Peluso
Posse: 25 de agosto de 2003
Aposentadoria: 2 de setembro de 2012 (9 anos e 70 dias)
Cargo anterior: desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Eros Grau
Posse: 30 de junho de 2004
Aposentadoria: 2 de agosto de 2010 (6 anos e 33 dias)
Cargo anterior: professor Titular da Universidade de São Paulo
Ricardo Lewandowski
Posse: 16 de março de 2006
Aposentadoria: 11 de abril de 2023 (17 anos e 26 dias)
Cargo anterior: desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Cármen Lúcia
Posse: 21 de junho de 2006
Aposentadoria: em exercício (19 anos e 144 dias)
Cargo anterior: procuradora do Estado de Minas Gerais
Menezes Direito
Posse: 5 de setembro de 2007
Morte: 1º de setembro de 2009 (1 ano e 361 dias)
Cargo anterior: ministro do Superior Tribunal de Justiça
Dias Toffoli
Posse: 23 de outubro de 2009
Aposentadoria: em exercício (16 anos e 20 dias)
Cargo anterior: advogado-geral da União
Cristiano Zanin
Posse: 3 de agosto de 2023
Aposentadoria: em exercício (2 anos e 101 dias)
Cargo anterior: advogado
Flávio Dino
Posse: 22 de fevereiro de 2024
Aposentadoria: em exercício (1 ano e 263 dias)
Cargo anterior: ministro da Justiça e Segurança Pública
O legado de Lula no Judiciário
A nomeação de Jorge Messias consolida ainda mais a influência de Lula na composição do STF, reforçando seu papel como um dos presidentes que mais marcou a história do tribunal com suas indicações. Esta movimentação ocorre em um momento político significativo, onde o equilíbrio de forças no Judiciário continua sendo peça fundamental na governabilidade do país.
O processo de sabatina e aprovação de Messias no Senado Federal será o próximo capítulo desta história, definindo o futuro imediato do Supremo Tribunal Federal e seu papel nas decisões que moldarão os rumos do Brasil nos próximos anos.
