Governo Garante: Temos Tempo de Sobra Para Votar Medida Provisória no Congresso
Governo garante tempo suficiente para votar MPs

O clima em Brasília está bem mais tranquilo do que se poderia imaginar. Enquanto muitos correm contra o relógio, o governo parece nadar de braçada no que diz respeito aos prazos legislativos. Jacques Wagner, o líder do governo no Senado — uma figura que conhece como ninguém os bastidores do poder — soltou uma daquelas frases que fazem a oposição coçar a cabeça.

"Temos tempo de sobra", declarou com aquele sotaque baiano que não esconde a confiança. E não era blá-blá-blá de político. O homem falava sério.

O jogo do calendário

Parece que o Planalto aprendeu a lição. Em vez dessa correria maluca que normalmente caracteriza o final de ano no Congresso, a equipe econômica resolveu fazer diferente. Enviou as medidas provisórias com uma antecedência que beira o inédito. Alguém diria que finalmente descobriram como usar o calendário a favor.

Wagner, com aquela paciência de quem já viu tudo nesse mundo político, explicou: "A equipe econômica foi muito feliz em antecipar o envio". E cá entre nós, ele tem razão. Que diferença faz quando você não precisa apagar incêndio atrás de incêndio!

Os números que tranquilizam

Vamos aos fatos — porque no fim, é isso que importa. Das nove medidas provisórias que estavam na fila, cinco já tinham sido votadas até aquele momento. Sobravam quatro, mas olha só o detalhe: duas delas já estavam com os dias contados, prestes a perder a validade.

Mas e as outras duas? Ah, essas são a cereja do bolo. A MP 1.202/2023 e a MP 1.203/2023 — que tratam da Desvinculação de Receitas da União — tinham prazo até 18 de dezembro. Tempo mais que suficiente, na avaliação do governo.

Wagner foi ainda mais enfático: "Temos tempo de sobra para votar as MPs". A repetição não era por acaso — era para deixar claro que dessa vez, a história seria diferente.

Uma mudança de postura

O que mais chama atenção nessa história toda é a mudança de tom. Lembram daquelas cenas caóticas de dezembros anteriores? Correria, ameaças, pressão desesperada? Pois é, parece que virou a página.

O líder do governo não falava como quem está encurralado. Pelo contrário — sua fala transparecia uma segurança quase irritante. "Não há motivo para alarde", disse, como se estivesse conversando com crianças assustadas por trovões.

E faz sentido, quando você para para pensar. Se o governo conseguiu organizar a casa mais cedo, por que continuar com essa neurose de que tudo vai desmoronar a qualquer momento?

O pulo do gato

O segredo — se é que podemos chamar assim — está na antecipação. Enquanto todos se preparavam para o tradicional tumulto de fim de ano, a equipe econômica resolveu agir antes. Mandou as MPs com tempo, organizou a pauta, conversou com os líderes...

Parece óbvio, não? Mas no mundo da política brasileira, o óbvio muitas vezes é a coisa mais difícil de executar.

Wagner, com sua experiência de sobra, resumiu bem: "A estratégia foi acertada". Três palavrinhas que valem por um tratado sobre como governar.

E agora, o que esperar?

O clima no Planalto é de otimismo — mas daquele pé no chão, sabe? Nada de euforia exagerada. A confiança vem do trabalho feito, não de wishful thinking.

As duas MPs restantes seguem seu curso normal no Congresso. Sem pressa, mas sem pausa. O governo acredita que tudo será resolvido dentro do prazo, sem necessidade de medidas extraordinárias.

E sabe o que é mais interessante? Essa tranquilidade pode ser um sinal de amadurecimento. Ou pelo menos, de que alguém lá no comando finalmente entendeu que governar também é saber esperar.

Como diria Wagner, "tempo de sobra" — três palavras que em Brasília soam quase como heresia, mas que nesse momento parecem fazer todo o sentido.