Gilmar Mendes sobre 2026: 'Não devemos nos iludir de que será um ano fácil'
Gilmar Mendes prevê ano difícil em 2026, ano eleitoral

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizou seu discurso de encerramento do ano judicial para fazer uma reflexão sobre os atritos entre os Poderes em 2025 e lançar um olhar para os desafios de 2026, ano de eleições presidenciais. A fala ocorreu após o julgamento que condenou os envolvidos na trama golpista, considerado o mais importante do ano no tribunal.

Resistência a pressões e defesa da soberania

Em sua declaração, o ministro destacou a resistência do STF diante de diversas pressões. Gilmar Mendes afirmou que o tribunal não cedeu a intimidações, sejam elas de governos estrangeiros ou de grandes corporações transnacionais. Ele enfatizou que a Corte manteve sua postura para preservar a independência do Judiciário e a soberania nacional, sem permitir que ataques minassem esses pilares fundamentais.

O discurso reconheceu explicitamente os atritos colecionados ao longo de 2025 entre o Executivo, o Legislativo e o próprio Judiciário. No entanto, para o decano, esse cenário de tensão não deve ser visto como anormal ou alarmante.

Divergências como parte constitutiva da democracia

Mendes foi categórico ao normalizar os conflitos institucionais. Ele declarou que eventuais impasses e divergências entre os Poderes não são apenas normais, mas sim elementos constitutivos de um regime democrático. Segundo sua avaliação, o clima com o qual o país deixa o crepúsculo de 2025 e ingressa em 2026 é de normalidade e paz, dentro dos parâmetros esperados para uma democracia vibrante.

Essa visão busca tranquilizar a opinião pública e os próprios agentes políticos, sugerindo que os embates ocorridos fazem parte do jogo democrático saudável, desde que respeitadas as regras e a independência das instituições.

Alerta para o ano eleitoral de 2026

Apesar da mensagem de normalidade, Gilmar Mendes fez um alerta realista sobre o próximo ano. O ministro reconheceu que 2026, por ser um ano eleitoral com disputa presidencial, não será fácil. Dirigindo-se aos colegas ministros, ele aconselhou: "Não devemos nos iludir, prezados colegas, de que teremos em 2026 – ano eleitoral – um ano fácil".

Contudo, ele completou a ideia com um tom de determinação, afirmando que a busca não é por um ano fácil, mas por um ano de fortaleza institucional. "Mas não queremos um ano fácil. O que queremos – e teremos – são a força e a firmeza necessárias para, enfrentando todos os desafios que se apresentarem, garantirmos um ano pacífico e feliz para o povo brasileiro", declarou Mendes.

A fala do decano do STF, proferida em 19 de dezembro de 2025, serve como um balanço de um ano judicial intenso e um prenúncio dos debates que devem marcar o cenário político nacional nos próximos meses, à medida que o país se aproxima de um novo ciclo eleitoral.