
A cerimônia de posse de Edson Fachin no Tribunal Superior Eleitoral, que deveria ser um momento de pura formalidade institucional, acabou revelando fissuras que poucos esperavam. O discurso do ministro, diga-se de passagem, não caiu bem entre seus pares. Nem um pouco.
E olha que a coisa foi séria. Alguns colegas do Supremo chegaram a rolar os olhos durante a fala, outros trocaram aqueles olhares que dizem mais que mil palavras. Fachin, conhecido por suas posições firmes, parece ter exagerado na dose desta vez.
O tom que pegou mal
O que deveria ser um discurso técnico sobre as atribuições no TSE transformou-se em algo que muitos classificaram como 'panfletário' e, pasmem, 'eleitoral'. Sim, você leu direito. Ministros do STF reclamando que um colega soou eleitoral demais. A ironia é de lascar, não é?
Um dos pontos que mais irritou foi quando Fachin praticamente se colocou como guardião da democracia. "Alguém tinha que fazer o trabalho sujo", teria insinuado. Os colegas não gostaram nada da implicação de que eles estariam se esquivando de suas responsabilidades.
Reações nos bastidores
Nos corredores do Supremo, o clima ficou pesado. Um ministro, que preferiu não se identificar (óbvio), resmungou que "certos discursos soam melhor na teoria do que na prática". Outro foi mais direto: "Aqui não é palanque".
E tem mais. O negócio foi tão sério que até ministros considerados próximos a Fachin ficaram constrangidos. Um deles chegou a comentar, meio sem graça, que "cada um tem seu estilo". Traduzindo: não foi legal.
Timing mais que perfeito
O que realmente deixou todos com os cabelos em pé foi o momento escolhido para esse tipo de fala. Com as eleições se aproximando, qualquer declaração mais inflamada soa como um convite à confusão. E Fachin, agora no TSE, deveria saber disso melhor que ninguém.
Parece que o ministro esqueceu que, no STF, as aparências importam — e muito. A corte precisa passar uma imagem de unidade, mesmo quando as divergências existem. E essa exposição pública de diferenças profundas? Bem, não ajuda em nada.
O que esperar agora?
A verdade é que esse episódio deixou sequelas. As reuniões do plenário prometem ficar mais tensas, os cafezinhos nos corredores mais constrangedores. Fachin, que já não era exatamente o mais popular da turma, pode ter cavado um abismo ainda maior entre ele e alguns colegas.
Resta saber se essa divisão vai afetar o trabalho do TSE ou se tudo ficará nos corredores do Supremo. Uma coisa é certa: o clima em Brasília judicial está, como diriam os mais antigos, para lá de carregado.
E pensar que era só uma cerimônia de posse... Às vezes, são nessas horas que as máscaras realmente caem. E o que fica é o silêncio constrangedor de quem preferia não ter visto nada.