Dino explica silêncio sobre Messias no STF e nega controvérsias
Dino explica silêncio sobre indicação de Messias ao STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), se manifestou publicamente nesta segunda-feira, 1º de dezembro de 2025, para esclarecer a razão de seu silêncio em relação à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga na Corte. Em nota divulgada pelo seu gabinete, Dino atribuiu a ausência de comentários a uma postura de cautela institucional.

Prudência institucional como justificativa

O ministro afirmou que seu "silêncio" deriva de uma "prudente distância de um assunto politicamente controvertido, ainda em apreciação no Senado Federal". A explicação foi dada em resposta a questionamentos constantes de jornalistas direcionados ao seu gabinete no Supremo.

Dino reforçou que, desde que tomou posse no STF em fevereiro de 2024, adota o máximo cuidado para não se manifestar sobre conflitos políticos que envolvam o Congresso Nacional. Ele só se pronuncia quando o tema já está sob a análise do Poder Judiciário, respeitando a separação entre os poderes.

Relação com o indicado e apoio nos bastidores

Na mesma nota, o ministro foi enfático ao negar qualquer tipo de desavença com Jorge Messias. Dino disse nunca ter tido "qualquer controvérsia" com o advogado-geral da União, escolhido pelo presidente Lula para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.

Ele acrescentou que sempre manteve diálogo com Messias sobre diversos temas de interesse da administração pública, citando explicitamente discussões sobre desarmamento, emendas parlamentares ao Orçamento, questões ambientais e tributárias.

Entretanto, conforme revelado pela coluna Radar, nos bastidores do Supremo, Flávio Dino e o ministro Alexandre de Moraes apoiavam a indicação de outro nome: o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A informação contextualiza o cenário político interno que cerca a escolha para a vaga no STF.

O contexto da indicação ao Supremo

A nomeação de Jorge Messias pelo presidente Lula segue o trâmite constitucional e agora depende da sabatina e da aprovação pela maioria simples do Senado Federal. O processo é acompanhado de perto pela classe política e pela mídia, dada a importância da vaga para a composição e os rumos da mais alta corte do país.

A postura pública de Dino reflete um esforço de manter a imagem de neutralidade e distanciamento exigida de um ministro do STF, especialmente em um momento de intenso debate político. Sua declaração busca encerrar especulações sobre possíveis atritos pessoais ou institucionais, reafirmando o critério técnico e a prudência como norte de suas manifestões públicas.