Era uma tarde cinzenta em Cuiabá quando o judiciário mato-grossense recebeu a notícia que ninguém queria ouvir. Após exatos vinte dias de internação — um mês que parecia uma eternidade para colegas e familiares —, o desembargador não resistiu. A informação foi confirmada por fontes próximas ao Tribunal de Justiça, mas ninguém ali parecia disposto a dar detalhes sobre o quadro clínico.
Não foi um adeus repentino, mas isso não tornou a perda menos dolorosa. O magistrado, cujo nome ainda não foi oficialmente divulgado (porque, convenhamos, a burocracia judiciária tem seus ritos), era uma figura conhecida por decisões polêmicas e, ao mesmo tempo, por aquele jeito descontraído de quem sabia equilibrar a seriedade da toga com piadas no corredor.
O que se sabe até agora?
- Internação prolongada em hospital particular da capital
- Causa da morte não divulgada — mas especula-se que tenha sido uma infecção
- Velório deve ocorrer no Fórum para colegas prestarem homenagens
Ah, o tal hospital... Nem preciso dizer que virou um vai-e-vem de advogados preocupados, certo? Até o presidente do TJ-MT deu uma passada por lá na semana passada — sinal de que a coisa estava feia. E agora, com o ocorrido, o tribunal emite comunicados cheios daquele juridiquês que a gente conhece: "em respeito à família", "momento de luto", blá-blá-blá. Até entendemos, mas cadê a transparência?
Efeitos no tribunal
O lugar já não era mesmo um mar de rosas — processos acumulados, greves, aquela velha história. Agora, imagine a cena: um desembargador a menos na ativa, pautas judiciais remarcadas, e aquela sensação de vazio que fica quando alguém que marcou época vai embora. Difícil não pensar que, por trás da formalidade, tem muita gente hoje bebendo um café amargo na copa, relembrando casos emblemáticos que ele participou.
Se tem uma coisa que a morte ensina — e isso vale pra juiz, pedreiro ou cantor de brega — é que no final todo mundo vira estatística. Mas algumas estatísticas doem mais que outras.
