Defesa de Bolsonaro atribui dano em tornozeleira a efeito de remédio
Bolsonaro: dano em tornozeleira foi por efeito de remédio

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação sustentando que o episódio envolvendo a tornozeleira eletrônica não caracteriza tentativa de fuga. Os advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser argumentam que os registros da Secretaria de Administração Penitenciária não indicam qualquer ação nesse sentido.

Justificativa médica para o ocorrido

Segundo a defesa, o comportamento de Bolsonaro teria resultado de confusão mental associada ao uso de medicamentos, somada à idade e ao forte estresse. A manifestação foi entregue após o ministro Alexandre de Moraes exigir esclarecimentos sobre o dano ao dispositivo em 24 horas.

No sábado, 22 de novembro de 2025, Moraes determinou a prisão preventiva de Bolsonaro ao considerar risco de fuga. Após a explicação enviada ao STF, os advogados pediram que o ministro reavalie a decisão e volte a considerar o pedido de prisão domiciliar humanitária.

Relatório médico detalha estado de saúde

Na manhã de domingo, 23 de novembro, os médicos Leandro Echenique (cardiologista) e Claudio Birolini (cirurgião geral) visitaram Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Em relatório enviado ao Supremo, eles afirmaram que o ex-presidente passou a noite estável e relatou ter apresentado, na sexta-feira, 21, episódios de confusão mental e alucinações.

Os profissionais médicos atribuíram esses sintomas ao uso de Pregabalina, medicamento prescrito por outra médica para reforçar o tratamento. Segundo o documento, a medicação foi indicada sem o conhecimento da equipe que acompanha regularmente Bolsonaro e apresenta interação significativa com outros fármacos que ele já utiliza.

A Pregabalina pode causar efeitos como:

  • Desorientação
  • Sonolência
  • Perda de equilíbrio
  • Alterações cognitivas
  • Alucinações

Os médicos identificaram a origem dos sintomas, suspenderam o medicamento e ajustaram o tratamento. Eles afirmaram que Bolsonaro não apresentou novos episódios e que continuarão monitorando sua evolução clínica com reavaliações periódicas.

Prisão mantida pelo STF

Após a audiência, uma juíza auxiliar do STF validou e manteve a prisão preventiva de Bolsonaro. Na ata da audiência, consta que o ex-presidente afirmou que a paranoia aconteceu porque "tem tomado medicamentos receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (Pregabalina e Sertralina)".

O caso continua sob análise do Supremo Tribunal Federal, enquanto a defesa insiste no pedido para que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar por razões humanitárias.