O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um almoço privado com o senador Weverton Rocha nesta segunda-feira, 1º, no Palácio da Alvorada. O encontro acontece em um momento de tensão institucional entre o Executivo e o Congresso, especificamente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
O encontro e o contexto de críticas
O senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão, é o relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). O almoço não constava na agenda oficial do Palácio do Planalto e contou também com a presença do líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
A reunião ocorreu horas depois de Davi Alcolumbre expressar publicamente sua "perplexidade" pelo fato de a mensagem formal do governo com a indicação de Messias ainda não ter sido enviada ao Senado. Alcolumbre reafirmou que, assim como o presidente tem a prerrogativa de indicar, o Senado tem a competência de aprovar ou rejeitar o nome.
Resposta do Planalto e a sabatina marcada
Em resposta às declarações de Alcolumbre, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do governo. Ela afirmou que o Planalto "jamais" considerou "rebaixar a relação institucional" com o presidente do Senado a qualquer tipo de fisiologismo, negando qualquer desrespeito à Casa legislativa.
Apesar da mensagem presidencial não ter sido oficialmente enviada, a sabatina de Jorge Messias na CCJ já está marcada para o dia 10 de dezembro. Cabe ao relator, Weverton Rocha, conduzir o processo de análise da indicação antes da votação na comissão. Se aprovado, Messias seguirá para o plenário do Senado.
Agenda presidencial e descontentamento
Mais cedo, no mesmo dia, Lula havia se reunido com um grupo de ministros de seu governo, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Fernando Haddad (Fazenda) e a própria Gleisi Hoffmann.
Jorge Messias foi indicado pessoalmente por Lula, mas seu nome não era a preferência de Davi Alcolumbre, que vem demonstrando insatisfação com a escolha desde o anúncio. O almoço com o relator é visto como uma movimentação política do governo para assegurar os trâmites da indicação no Senado.