O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, utilizou a sessão de análise dos vetos presidenciais ao licenciamento ambiental para enviar um recado claro ao governo do presidente Lula. Em meio à crise política entre os Poderes, o senador demonstrou publicamente seu descontentamento com o Executivo.
Críticas à ingerência do governo
Durante a sessão realizada em 27 de novembro de 2025, Alcolumbre reagiu com veemência às críticas do governo por ter pautado os vetos relacionados ao licenciamento ambiental. O parlamentar deixou claro que esta é uma prerrogativa constitucional do Congresso Nacional que deve ser respeitada.
"É preciso ser muito claro: o Congresso Nacional não pode se furtar ao cumprimento de suas responsabilidades constitucionais", afirmou Alcolumbre durante seu discurso. "Deliberar sobre vetos presidenciais é parte essencial do processo legislativo", completou o senador do União Brasil-AP.
Defesa das atribuições parlamentares
O presidente do Senado foi enfático ao destacar o papel institucional do Legislativo no processo de análise de vetos. Segundo Alcolumbre, "é nessa etapa que o Parlamento reafirma sua prerrogativa de dar a palavra final sobre a vigência das leis do país".
O parlamentar ainda advertiu que "qualquer tentativa de transformar isso em disputa política desconsidera o papel institucional do Congresso", em clara referência às pressões sofridas por parte do governo federal.
Fundo de crise na relação com o Planalto
O distanciamento de Alcolumbre em relação ao governo Lula não é casual. Nos últimos dias, o presidente do Senado, que sempre manteve relação mais próxima com o Palácio do Planalto do que o presidente da Câmara, Hugo Motta, decidiu marcar posição.
O ponto de discórdia que motivou o rompimento foi a indicação de Jorge Messias para vaga no STF pelo presidente Lula. Alcolumbre esperava que o indicado fosse Rodrigo Pacheco, demonstrando que a escolha do advogado-geral da União não contou com sua anuência.
Como consequência direta deste desentendimento, Alcolumbre declarou que não apoiará a aprovação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal, acirrando ainda mais os ânimos na relação entre Executivo e Legislativo.