O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, se declarou traído e reagiu com veemência a uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O episódio, ocorrido na manhã desta quarta-feira, 4 de dezembro de 2025, acirrou os ânimos na relação entre os Poderes.
Reação do presidente do Senado
Em declaração formal, Davi Alcolumbre expressou profunda indignação com a atitude do magistrado do Supremo. Ele revelou que recebeu, ao longo de toda a manhã, manifestações de diversos senadores e senadoras, que estariam igualmente perplexos com o ocorrido.
A principal acusação feita por Alcolumbre é a de que o ministro Gilmar Mendes estaria tentando usurpar uma decisão que cabe constitucionalmente ao Poder Legislativo. O presidente do Senado classificou a medida como uma "decisão monocrática da lavra do ministro Gilmar Mendes" e afirmou que sua presidência a recebe com extrema preocupação.
O contexto do conflito entre Poderes
Embora a nota oficial não detalhe o teor específico da decisão judicial que motivou a crise, fica claro que se trata de mais um capítulo na tensão histórica entre o STF e o Congresso Nacional. A fala de Alcolumbre sugere que o ministro agiu de forma individual, sem o aval do plenário da Corte.
Esse tipo de embate, envolvendo supostas invasões de competência, não é inédito na política brasileira, mas a reação imediata e contundente da presidência do Senado indica que a medida foi interpretada como uma afronta direta à autonomia da Casa.
Retaliações e consequências políticas
Além de se considerar traído, Davi Alcolumbre deixou claro que não ficará passivo diante da situação. Ele anunciou que responderá com retaliações ao governo federal, o que pode significar a obstrução de pautas de interesse do Executivo no Senado ou outras medidas de represália política.
Este movimento tem o potencial de congelar ou atrasar projetos de lei e indica um período de relações difíceis entre o Palácio do Planalto e o Congresso, com o Senado, comandado por Alcolumbre, assumindo uma postura de confronto.
O desfecho deste impasse dependerá dos próximos movimentos tanto do ministro Gilmar Mendes e do STF quanto da capacidade de articulação do governo para recompor a ponte com o Legislativo. A crise institucional instalada exige diálogo, mas os primeiros sinais são de um endurecimento das posições.