Parece que o futebol europeu está mesmo decidido a conquistar o mundo — ou pelo menos, partes estratégicas dele. A UEFA, aquela entidade que sempre parece estar no olho do furacão, acabou de tomar uma decisão que vai dar o que falar.
E não, não é brincadeira: os campeonatos espanhol e italiano podem, sim, levar seus jogos para fora da Europa. Mas calma lá que a coisa não é tão simples quanto parece.
O veredicto veio com mais ressalvas que contrato de celular
A reunião do Comitê Executivo da UEFA em Dublin foi daquelas que rendem. Depois de muito debate — imagino as caras feias e os suspiros profundos —, saiu o comunicado oficial. Basicamente, eles disseram "pode, mas..." e soltaram uma lista de condições que deixaria qualquer advogado com dor de cabeça.
O que me chamou atenção foi o tom: nem totalmente a favor, nem completamente contra. Uma daquelas decisões políticas que tentam agradar a gregos e troianos, sabe como é?
As regras do jogo (fora do jogo)
Vamos ao que interessa. A UEFA estabeleceu que:
- Nada de finais ou decisões importantes — quer dizer, os jogos que realmente importam continuam no velho continente
- Só uma partida por temporada fora da Europa para cada liga — não vai virar bagunça
- Consulta obrigatória com basicamente todo mundo: federações locais, clubes, torcedores... até o zelador do estádio, imagino eu
Parece que aprenderam com a confusão do Super League. Agora querem evitar qualquer chance de revolta generalizada.
O que realmente está por trás dessa mudança?
Olha, não é difícil entender a motivação. Dinheiro, claro. As ligas europeias estão de olho no mercado global — e quem pode culpá-las? O futebol virou produto de exportação, e os americanos e asiáticos são consumidores vorazes.
Mas cá entre nós: será que as torcidas locais vão gostar de ver seus times jogando do outro lado do mundo em pleno campeonato nacional? Tenho minhas dúvidas.
Lembro quando a NFL começou com essa história de jogos em Londres — no início todo mundo estranhou, hoje já virou rotina. Será que é isso que nos espera no futebol europeu?
E os clubes brasileiros nessa história?
Pensando por aqui: imagine um Barcelona x Real Madrid no Maracanã? Ou uma Juventus x Milan no Morumbi? A ideia é tentadora, não nego.
Mas confesso que fico com um pé atrás. Por um lado, seria fantástico para os torcedores brasileiros. Por outro... me preocupa o que isso representa para a soberania do futebol sul-americano.
É aquela velha história: quando os grandes chegam, os locais tendem a sofrer. E nosso futebol já sofre o bastante, não é mesmo?
O que esperar do futuro?
A sensação que fica é de que a UEFA está testando as águas. Começam com um jogo aqui, outro ali... se der certo, quem sabe não ampliam?
Mas uma coisa é certa: o futebol como conhecemos está mudando rapidamente. E essas decisões mostram que as fronteiras nacionais estão ficando cada vez mais tênues no mundo das bolas e redes.
Resta saber se será bom para o esporte — ou apenas para os cofres das grandes ligas. Como diria meu avô: "tem jogo que só acaba no apito final". E esse, meus amigos, mal começou.
