Trump vs. Fed: Os Limites Reais do Poder Presidencial Sobre o Banco Central Americano
Trump vs. Fed: Os Limites do Poder Presidencial

E aí, será que o Trump realmente pode fazer o que bem entender com o Federal Reserve? A pergunta que não quer calar depois daquelas declarações bombásticas do ex-presidente sobre "limpar a casa" do Fed.

Pois é, a coisa não é tão simples quanto parece. A independência do Fed é praticamente um dogma na política econômica americana - mas sabemos que Trump adora desafiar dogmas, não é mesmo?

O que a lei realmente permite?

Vamos direto ao ponto: o presidente dos Estados Unidos não tem poder absoluto sobre o Federal Reserve. A estrutura foi criada justamente para evitar que humores políticos ditassem a política monetária.

Os diretores do Fed, incluindo o chairman Jerome Powell, são nomeados pelo presidente mas… atenção… precisam ser confirmados pelo Senado. E aqui vem o pulo do gato: uma vez no cargo, a demissão não é algo que aconteça por capricho presidencial.

O caso que virou precedente

Lá em 1936, um tal de Marriner Eccles foi nomeado chairman pelo presidente Roosevelt. Anos depois, Truman queria tirá-lo do cargo - mas os assessores jurídicos foram claros: "Mr. President, você não pode fazer isso".

O argumento? A lei que criou o Fed em 1913 não mencionava demissões. Só em 1935 é que veio uma reforma dando ao presidente o poder de remover diretores… mas apenas por causa específica. E não, "não gostei das decisões de juros" não conta como causa válida.

E na prática? Como funciona?

Os sete membros do Board of Governors têm mandatos de 14 anos - sim, você leu certo: catorze anos! E o chairman? Quatro anos, mas não necessariamente coincidindo com o mandato presidencial.

Trump nomeou Powell em 2018. Se voltar à Casa Branca em 2025, o mandato de Powell só termina em 2026. Conflito à vista? Aposto que sim.

As armas que Trump realmente tem

  • Criticar publicamente (algo que ele já faz com maestria)
  • Nomear novos diretores quando houver vagas
  • Tentar pressionar por mudanças legislativas
  • Usar o pulpito presidencial para influenciar a opinião pública

Mas mandar embora porque sim? Isso ficaria complicado. Muito complicado.

Por que isso importa para o mundo?

O Fed não é só o banco central americano - é a instituição que dita o ritmo da economia global. Juros do Fed sobem? O mundo todo sente. Descem? Todo mundo comemora.

Uma politização do Fed seria como colocar um motorista bêbado no volante da economia mundial. Assustador, não?

Os mercados adoram previsibilidade. A independência do Fed garante isso. Se Trump tentar quebrar esse paradigma… bem, preparem-se para turbulências.

O que dizem os especialistas

Juristas constitucionais são praticamente unânimes: qualquer tentativa de demissão sem justa causa terminaria nos tribunais. E provavelmente seria barrada.

Mas Trump não é exatamente conhecido por respeitar limites institucionais, certo? Ele tentou de tudo para ficar no poder depois de perder a eleição… por que não tentaria com o Fed?

No final das contas, a questão vai além de legalidade. É sobre normas não escritas e tradições que mantêm a estabilidade americana há décadas.

Trump versus o Fed promete ser mais um daqueles embates épicos entre o establishment e o anti-establishment. E como todos sabemos, nesse tipo de briga, todo mundo sai perdendo - especialmente a economia.