O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou nesta segunda-feira (10) que todos os controladores de tráfego aéreo retornem imediatamente às suas funções, ameaçando com cortes salariais e demissões aqueles que não cumprirem a ordem. A crise no setor aéreo americano entra no seu 41º dia, com milhares de voos cancelados e atrasados em todo o país.
Ameaças e recompensas
Em publicação em sua plataforma Truth Social, Trump foi enfático: "Todos os controladores de tráfego aéreo devem retornar ao trabalho, AGORA!!! Qualquer um que não o fizer terá uma redução substancial no salário". O presidente ainda prometeu um bônus de US$ 10 mil (cerca de R$ 53 mil) para cada "grande patriota" que não tiver tirado nenhum dia de folga durante a paralisação.
Os controladores de tráfego aéreo nos EUA pararam de receber salários em outubro devido ao shutdown do governo. Muitos profissionais têm faltado ao trabalho alegando problemas de saúde, o que tem afetado significativamente as operações aeroportuárias.
Caos nos aeroportos
As companhias aéreas começaram a aplicar reduções graduais no fluxo aéreo desde sexta-feira, seguindo determinação governamental. Os números são alarmantes:
- 7.100 voos domésticos cancelados desde o início da crise
- 28.000 voos com atrasos registrados
- 1.600 voos cancelados apenas nesta segunda-feira
- 3.000 voos com atrasos no mesmo dia
A Administração Federal de Aviação (FAA) ordenou um corte de 4% nos voos em 40 grandes aeroportos do país. A redução deve aumentar para 6% na terça-feira (11) e chegar a 10% até 14 de novembro, caso a paralisação continue.
Preocupação com o Dia de Ação de Graças
As autoridades demonstram especial preocupação com a aproximação do Dia de Ação de Graças, celebrado em 27 de novembro. Duffy, representante da FAA, alertou em entrevista à CNN Internacional: "Só vai piorar. Nas duas semanas antes do Dia de Ação de Graças, vocês verão o transporte aéreo ser reduzido ao mínimo".
Durante os 40 dias de paralisação, 13 mil controladores e 50 mil agentes de segurança trabalharam sem receber salários. A ausência crescente desses profissionais tem comprometido gravemente a segurança e a eficiência das operações aéreas.
O governo Trump tenta pressionar os democratas no Congresso a aprovar o orçamento republicano que permitiria reabrir o governo. A possibilidade de grandes interrupções no setor aéreo faz parte dessa estratégia de pressão política.
Enquanto isso, as principais companhias aéreas do país já sentem os efeitos da crise. A American Airlines cancelou 220 voos na sexta-feira, afetando 12 mil passageiros. A United cancelou 184 voos no mesmo dia e prevê cortes adicionais para o final de semana.