Rússia alerta: pronta para ajudar Venezuela em crise militar com EUA
Rússia pronta para ajudar Venezuela contra EUA

Rússia se declara preparada para intervir ao lado da Venezuela

Em um pronunciamento que acendeu os alertas na comunidade internacional, a Rússia afirmou nesta sexta-feira, 7 de novembro de 2025, que está pronta para atender aos apelos da Venezuela por ajuda militar caso as tensões com os Estados Unidos se transformem em uma crise aberta.

A declaração foi feita pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, que confirmou o contato constante entre Moscou e Caracas e alertou que qualquer escalada no conflito só levaria a problemas maiores.

Críticas à postura dos Estados Unidos

Questionada sobre os rumores de que os EUA teriam três planos de intervenção no território venezuelano, Zakharova foi enfática em suas críticas à política externa americana. Existem táticas diferentes; existem maneiras diferentes de fazer as coisas, disse ela, mas é óbvio que o que vários observadores, especialistas e figuras de diversas estruturas americanas estão dizendo é que essa agressão direta levará a um agravamento da situação.

A porta-voz russa também aproveitou para criticar a histórica postura dos EUA em tentar resolver conflitos pela força, citando exemplos no Oriente Médio e no norte da África como situações onde a interferência americana acabou por agravar problemas regionais.

Armamento russo pode ser enviado para Venezuela

A declaração de Zakharova ocorre poucos dias após o vice-presidente da comissão parlamentar de Defesa da Rússia, Alexei Zhuravlyov, adiantar que os americanos podem ter algumas surpresas sobre o possível envio de armas russas para a Venezuela.

Em entrevista ao portal de notícias russo Gazeta.Ru, Zhuravlyov afirmou que não enxergava obstáculos para fornecer a um país amigo novos desenvolvimentos como o míssil Oreshnik ou, digamos, os mísseis Kalibr, que segundo ele já provaram ser eficazes.

O míssil Oreshnik, de acordo com o Kremlin, tem capacidade de atingir qualquer alvo na Europa em menos de uma hora se lançado da Rússia ou de Belarus. Esta arma foi usada pela primeira vez na cidade de Dnipro, na Ucrânia, em novembro do ano passado.

Pedido de ajuda de Maduro a Putin

Na semana passada, o jornal americano The Washington Post revelou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, teria pedido ajuda diretamente a Vladimir Putin para reforçar as defesas aéreas de Caracas.

Segundo o periódico, em carta ao líder russo, Maduro explicou que os caças russos Su-30MK2 eram o mais importante instrumento de dissuasão que o governo nacional venezuelano possuía diante da ameaça de guerra. O líder chavista também teria solicitado a aquisição de 14 conjuntos de mísseis e tentado recorrer à China e ao Irã.

Tensão crescente no Caribe

Enquanto isso, as operações militares americanas na região continuam intensas. Nesta mesma sexta-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou um novo ataque a um suposto barco de narcotráfico no Caribe.

O bombardeio matou os três tripulantes a bordo, elevando o número total de mortos da campanha militar americana na região para 70. Até o momento, as forças americanas atacaram ao menos 18 embarcações no Caribe e no Pacífico.

No entanto, dados das Nações Unidas enfraquecem o discurso do governo do presidente Donald Trump. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 indica que o fentanil tem origem no México, e não na Venezuela, que praticamente não participa da produção ou do contrabando do opioide para território americano.

O documento também aponta que as drogas mais usadas pelos americanos não têm origem na Venezuela. A cocaína, por exemplo, é consumida por cerca de 2% da população norte-americana e vem majoritariamente de Colômbia, Bolívia e Peru.

Disposição militar americana

Enquanto a retórica se acirra, o poderio militar americano se faz presente na região. Destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados foram despachados para o Caribe, enquanto o presidente Donald Trump intensifica o jogo de quem pisca primeiro com o governo venezuelano.

Na semana passada, o republicano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou a Trump diferentes opções, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas e o narcotráfico.

Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também foi acusado por Trump de ser líder do tráfico de drogas e bandido.