Os Estados Unidos intensificaram sua presença militar no Caribe com o envio do maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, como parte de uma nova operação batizada de Operação Lança do Sul. O anúncio foi feito pelo Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, através das redes sociais.
Operação militar contra narcoterrorismo
Nesta quinta-feira, Pete Hegseth utilizou a rede social X para anunciar oficialmente a Operação Lança do Sul, que tem como objetivo declarado combater o que ele classificou como narcoterroristas na região do Caribe e América Latina. A missão será conduzida em conjunto com o Comando Militar Sul, responsável pelas operações americanas na área.
A operação visa proteger os Estados Unidos das drogas que estão matando nosso povo, afirmou Hegseth em sua declaração pública. Ele ainda enfatizou que o hemisfério Ocidental é a vizinhança da América - e nós o protegeremos.
Presença militar massiva no Caribe
O ponto central da nova estratégia militar é a chegada do USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões do mundo, às águas da América Latina. Segundo a Marinha dos EUA, o navio dará suporte a operações destinadas a desmantelar organizações criminosas transnacionais.
O grupo de ataque do USS Gerald Ford se soma a uma já significativa presença militar americana no mar do Caribe, que inclui navios de guerra, jatos de combate, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros. Esta movimentação tem sido interpretada pelo governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, como preparatória para uma eventual invasão do país.
Ataques e tensão crescente
Nos últimos dois meses, as forças americanas já realizaram mais de 20 ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico, resultando em mais de 70 mortos. Segundo o comando militar dos EUA, os barcos atingidos pertenciam a organizações narcoterroristas.
Estes ataques começaram em setembro, pouco depois que os Estados Unidos dobraram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Simultaneamente, foi lançada uma operação militar contra o narcotráfico no Caribe.
As autoridades americanas acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado como organização terrorista internacional. Neste contexto, oficiais dos EUA afirmam que o presidente venezuelano pode ser considerado um alvo legítimo em ações contra cartéis de drogas.
Possível saída negociada
Enquanto a tensão militar aumenta, a revista The Atlantic informou que Maduro estaria disposto a negociar sua saída do poder. A condição para tal acordo seria receber anistia e garantias de segurança para viver no exílio.
Esta informação surge em um momento crítico, quando a presença do porta-aviões USS Gerald Ford e outras unidades militares americanas nas proximidades da Venezuela elevam o nível de alerta na região. O governo de Caracas mantém sua posição de que se trata de preparações para uma invasão, enquanto Washington insiste que o objetivo é combater o narcoterrorismo.