Varsóvia não era assim há tempos. As ruas, tomadas por uma maré humana que não deixava dúvidas: a direita polonesa resolveu mostrar suas garras. E que cena, meu Deus!
Não era qualquer protesto, não. Calcula aí: mais de 300 mil pessoas, segundo os organizadores — um número que faz qualquer político suar frio. A oposição de direita convocou e o povo atendeu, num daqueles espetáculos de força popular que deixam marcas.
O que está por trás da revolta?
O acordo entre União Europeia e Mercosul virou o grande vilão da história. A galera tá com um pé atrás — e não é pouco — com o que chamam de "invasão de produtos agrícolas baratos". Dizem que vai arruinar os agricultores locais. E olha, quando o assunto é o bolso do trabalhador do campo, a coisa esquenta mesmo.
Mas não para por aí, não. A imigração é outra pedra no sapato. A Polônia, que já abrigou milhões de refugiados ucranianos, agora enfrenta críticas pesadas sobre sua política migratória. A oposição acusa o governo de ser muito... como dizer... "bonzinho" demais.
Um protesto que vai além das fronteiras
O negócio é que isso aqui tem cheiro de eleição. Donald Tusk, o primeiro-ministro, tá nadando em águas turbulentas. A oposição chega falando em "traição nacional" — uau, que palavra forte — e prometendo derrubar o acordo no parlamento.
E sabe o que é mais curioso? Enquanto isso, do outro lado do oceano, o Mercosul também tá com suas dúvidas. Brasil e Argentina, os grandes do bloco, parecem não estar tão animados assim. Parece aquela festa que ninguém quer chegar primeiro.
Os cartazes nas ruas de Varsóvia não deixavam margem para interpretações: "Não ao Mercosul", "Polônia para os poloneses". Um recado claro, direto e, convenhamos, um tanto dramático.
E agora, José?
O governo Tusk se defende dizendo que o acordo traz "oportunidades únicas". Mas convencer 300 mil pessoas na rua? Haja argumento. A verdade é que a política externa polonesa virou campo de batalha doméstica.
E pensar que esse acordo já vinha sendo negociado há anos... só para agora virar piada de mau gosto entre os nacionalistas. A vida é mesmo cheia de surpresas.
O que vai acontecer? Bom, ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: a Polônia mostrou que ainda sabe fazer protestos que ecoam pela Europa. E como ecoam!
