
Que dia, hein? Enquanto a gente se preocupa com o dia a dia, o mundo não para de girar - e hoje trouxe duas notícias que, de tão diferentes, parecem dançar uma coreografia estranha no palco global.
Lá fora, a norueguesa Berit Reiss-Andersen, presidente do comitê do Nobel, anuncia algo que deixou muita gente de cabelo em pé: o Prêmio Nobel da Paz de 2024 vai para a corajosa ativista venezuelana Rocío San Miguel. Sim, aquela mesma especialista em segurança e defensora ferrenha dos direitos humanos que tem enfrentado o governo Maduro com uma coragem que dá frio na espinha.
O preço da coragem
Rocío não é nenhuma novata nessa guerra silenciosa. Presa desde fevereiro sob a acusação - vejam só - de conspirar para assassinar o presidente Nicolás Maduro, ela se tornou símbolo da resistência em um país onde falar alto pode custar caro. Muito caro.
E o timing? Impecável. Ou terrível, dependendo de onde você está sentado. O anúncio acontece justamente quando a Suprema Corte da Venezuela confirmou que, pasmem, ela continuaria atrás das grades. O comitê do Nobel, claro, não ficou quieto. Na verdade, soltou uma declaração que mais parece um soco nas entranhas do regime: "Esperamos que o prêmio fortaleça sua causa e a de outros presos políticos".
Do outro lado do oceano, um sopro de esperança
Enquanto isso, aqui no Brasil, a notícia é bem diferente - e traz um alívio que quase dá para sentir no ar. Os números da fome, aquela velha conhecida que teima em nos assombrar, finalmente dão uma trégua. Segundo dados fresquinhos, a insegurança alimentar caiu de maneira significativa. E não é pouco não.
Parece que as políticas públicas começam a surtir efeito, ainda que a gente saiba que o caminho é longo. Muito longo. Mas hey, celebrar as pequenas vitórias também é importante, não é mesmo?
Duas realidades, um mesmo planeta
O contraste é de doer. De um lado, uma mulher sendo premiada internacionalmente por sua luta enquanto paga o preço nas celas venezuelanas. Do outro, um país que, aos trancos e barrancos, mostra que é possível melhorar indicadores sociais cruciais.
Fica a pergunta que não quer calar: até quando governos vão usar o aparato estatal para calar vozes dissidentes? E até quando a comunidade internacional vai se limitar a premiar coragem sem conseguir garantir a liberdade de quem é corajoso?
Enquanto isso, seguimos na torcida - por Rocío, pelo Brasil, e por um mundo onde prêmios como esse sejam apenas reconhecimentos, e não escudos contra a opressão.