Milícias de Maduro: Saiba quem são os grupos armados convocados após ameaça dos EUA à Venezuela
Milícias de Maduro: resposta a ameaça de Trump

E aí, o que acontece quando um ex-presidente americano solta um verbo inflamado sobre invadir um país? Pois é, a resposta venezuelana veio rápida e, digamos, musculosa. Não foram tanques nem soldados regulares que Maduro colocou na jogada. A peça que ele moveu no tabuleiro geopolítico tem outro nome: as milícias bolivarianas.

Trump, em seu estilo peculiar, disparou durante um comício que não teria 'outra opção' a não ser uma 'ação militar' se voltasse à Casa Branca. Palavras pesadas, do tipo que ecoam e criam tempestades onde quer que caiam.

E cairam em Caracas. A reação do chavismo foi imediata. Diosdado Cabello, um dos homens fortes do regime — aquele que muitos apontam como o verdadeiro poder por trás do trono —, foi direto ao ponto. Convocou os 'combatientes' para estarem vigilantes. 'É preciso estar preparado', disse, num tom que não deixava margem para dúvidas ou interpretações pacíficas.

Mas quem são, afinal, esses 'milicianos'?

Bom, vamos com calma. Não é uma força convencional, longe disso. A coisa é mais complexa — e sinistra. Imagina uma rede de grupos armados, leais não ao Estado, mas diretamente ao projeto político de Chávez e agora de Maduro. Eles surgiram por volta de 2008, com um discurso de 'defesa da revolução' contra inimigos internos e externos.

O número é assustador: estimativas falam em mais de 4 milhões de integrantes. Quatro milhões! É gente pra chuchu. E o treinamento? Inclui desde manejo de armas até... adivinha? Doutrinação política. Uma mistura perigosa de fanatismo ideológico com poder de fogo.

O problema vai além da retórica

Relatórios de direitos humanos não deixam espaço para meias palavras. Acusam essas milícias de serem responsáveis por repressão violenta, controle social em comunidades pobres e intimidação pura e simples de opositores. São, na prática, um braço armado do partido no poder, operando à margem das leis que deveriam valer para todos.

E o pior? A linha entre o que é miliciano e o que é traficante ou grupo criminoso comum às vezes some por completo. Muitos desses grupos dominam territórios, impõem suas próprias leis e controlam até a economia local. Um poder paralelo que enfraquece ainda mais um país já à beira do abismo.

O recado de Cabello foi cristalino: 'Nenhum imperialismo vai nos vencer'. Soa familiar, não? É a velha cartilha da Guerra Fria, mas reaquecida para os tempos de hoje. E o povo venezuelano, é claro, fica no meio do fogo cruzado — entre a ameaça externa de uma intervenção e a opressão interna dessas milícias.

Enquanto isso, o mundo observa. A comunidade internacional se divide, como sempre. Alguns condenam a escalada belicista de Trump, outros apontam o dedo para a ditadura de Maduro. E o jogo de xadrez segue, com peças reais se movendo e vidas reais em risco.

No fim das contas, uma coisa é certa: quando os tambores de guerra começam a soar, são sempre os mais vulneráveis que pagam o preço mais alto. E na Venezuela, infelizmente, isso já é uma triste realidade há muito, muito tempo.