As recentes medidas de imigração anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, começam a projetar seus efeitos sobre o maior evento do futebol mundial. A Copa do Mundo pode ter pelo menos dez partidas com um cenário atípico: torcedores apenas de um dos lados do estádio.
Seleções africanas sofrem restrições parciais
Nos últimos dias, o governo norte-americano incluiu cidadãos do Senegal e da Costa do Marfim em uma lista de restrições parciais para entrada no país. A decisão não representa uma proibição total, mas torna o processo muito mais rigoroso para viajantes vindos dessas nações.
As duas seleções africanas realizarão dois jogos cada em solo americano durante a fase de grupos. A seleção do Senegal enfrentará a Noruega e a França. Enquanto isso, a Costa do Marfim medirá forças com Equador e Curaçao.
Irã e Haiti enfrentam veto total
Além desses dois países, outras duas seleções participantes do Mundial já estavam sob regras ainda mais duras. Irã e Haiti integram a lista de nações com restrição total de acesso aos Estados Unidos. Isso significa que, a princípio, seus cidadãos estão proibidos de entrar no país.
O impacto no calendário é significativo. Ambas as seleções farão todas as suas três partidas da fase inicial dentro dos Estados Unidos. Um dos jogos mais aguardados envolve justamente o Haiti, que enfrentará o Brasil na segunda rodada do Grupo C.
Calendário de jogos afetados pelas medidas
A lista de partidas que podem ter a presença de torcedores drasticamente reduzida de um dos lados, devido às barreiras de imigração, inclui:
- 13/6 - Haiti x Escócia - Boston
- 14/6 - Costa do Marfim x Equador - Filadélfia
- 15/6 - Irã x Nova Zelândia - Los Angeles
- 16/6 - Senegal x França - Nova Jersey
- 19/6 - Haiti x Brasil - Filadélfia
- 21/6 - Irã x Bélgica - Los Angeles
- 22/6 - Senegal x Noruega - Nova Jersey
- 24/6 - Haiti x Marrocos - Atlanta
- 25/6 - Costa do Marfim x Curaçao - Filadélfia
- 27/6 - Irã x Egito - Seattle
Cenário pode mudar até a Copa
O número de dez jogos afetados é uma projeção atual, mas está sujeito a alterações. A quantidade pode aumentar se as medidas restritivas forem mantidas, se as seleções em questão avançarem nas fases eliminatórias ou se novos países forem adicionados à lista de restrições.
Por outro lado, o cenário pode melhorar caso o governo norte-americano reveja suas decisões e suavize as regras antes do início do torneio. O governo dos EUA já garantiu que a entrada de atletas para grandes eventos esportivos será permitida, assegurando a participação de todas as seleções. No entanto, essa permissão não se estende, até o momento, de forma ampla aos torcedores comuns desses países.
A situação coloca um novo desafio para a organização do evento e para a atmosfera das partidas, onde a presença das torcidas é um elemento fundamental da cultura do futebol. Os fãs das seleções afetadas aguardam ansiosos por uma possível flexibilização das regras.