
O clima em Paris está mais pesado do que um inverno no norte da Europa. Emmanuel Macron, aquele francês que nunca parece perder a pose, agora encara o que pode ser seu momento mais delicado desde que chegou ao Palácio do Eliseu.
E olha que a situação é séria. A oposição francesa, com uns olhos brilhando de oportunidade, está preparando não uma, mas duas moções de censura contra o governo. Parece que todo mundo quer uma fatia desse bolo político.
O jogo de xadrez político que ninguém esperava
Macron, sempre tão confiante, praticamente cuspiu fogo durante uma reunião ministerial nesta quarta-feira. "Renunciar? Nem pensar!", disse ele, com aquela determinação que ou é muito corajosa ou é muita loucura. O presidente francês foi claro como cristal: não tem a menor intenção de entregar os pontos.
O que está por trás dessa crise toda? Bom, a história começa com o primeiro-ministro Gabriel Attal anunciando que o governo continuaria funcionando normalmente, mesmo sem a aprovação do projeto de lei de finances — aquela peça chave que define para onde vai o dinheiro dos impostos. Foi aí que a casa caiu.
Duas frentes de batalha
A esquerda radical da França Insubmissa resolveu que era hora de fazer barulho. Eles prepararam uma moção de censura em conjunto com outros partidos de esquerda — socialistas, verdes, comunistas — todos de mãos dadas contra o governo. Jean-Luc Mélenchon, sempre ele, não perdeu a chance de dar sua facadinha verbal, chamando a situação de "crise institucional sem precedentes".
Mas espera que tem mais! Os Republicanos, que são de direita, também resolveram entrar na dança. Eles prepararam sua própria moção, independente da esquerda. É como se todo mundo no parlamento francês tivesse acordado e decidido: "hoje é dia de encrencar o Macron".
E o presidente? Ah, o presidente não ficou quieto. Ele soltou a língua durante aquela reunião ministerial, acusando a oposição de estar brincando com fogo. "Eles estão travando uma batalha perigosa contra as instituições da República", disparou. Dá para sentir a temperatura subindo, não dá?
O calendário que ninguém quer seguir
Agora vem a parte burocrática — mas importante. As moções de censura precisam ser discutidas e votadas dentro de um prazo específico. A da esquerda deve ir a plenário na segunda-feira, enquanto a dos Republicanos... bem, essa ainda está no forno, esperando para ser assinada por pelo menos 58 deputados.
O governo está numa saia justa danada. Eles precisam que essas moções sejam rejeitadas, obviamente. Para isso, contam com o apoio de 250 deputados do campo presidencial. Mas e se algum deles resolver pular do barco? Aí a coisa fica preta.
Macron, sempre o estrategista, está jogando duro. Ele basicamente disse que a oposição está criando caso à toa, que o governo tem legitimidade para continuar e ponto final. Mas será que o parlamento concorda?
O que me deixa pensando é: até onde vai essa crise? A França já teve seus momentos turbulentos na história, mas nos últimos anos as coisas pareciam mais calmas. Agora, com essa briga política feia, fico me perguntando se não estamos vendo o começo de algo maior.
Enquanto isso, nas ruas de Paris, a vida continua. Os turistas fotografando a Torre Eiffel, os parisienses tomando seu café nos bistrôs... mas nos corredores do poder, a tensão é palpável. Macron pode até dizer que não vai sair, mas a pressão está aumentando a cada hora.
Resta saber quem vai piscar primeiro nesse jogo de chicken político. A semana que vem promete — e como promete!