
Numa daquelas reviravoltas que só a política internacional proporciona, o presidente Lula soltou uma bomba nesta quarta-feira: ele vai meter a colher no espinhoso assunto da guerra na Ucrânia numa conversa direta com ninguém menos que Donald Trump. E olha que o timing não poderia ser mais interessante, vindo justamente quando o republicano parece destinado a retornar à Casa Branca.
O papo aconteceu durante coletiva em Bruxelas, onde Lula participava de encontro com líderes europeus. E não foi nada formal, não - o tom foi descontraído, quase como quem comenta um jogo de futebol entre amigos. "Vou conversar com o Trump, sim", afirmou, com aquela naturalidade que só ele tem. "Ele é amigo do Putin, eu também converso com o Putin..."
Relações Perigosas
O que mais chama atenção aqui é essa teia de relacionamentos que parece saída de uma novela global. Trump sempre deixou claro sua admiração pelo presidente russo - lembra daquelas declarações polêmicas que davam nó na cabeça dos analistas? Pois é. E agora Lula se coloca como uma espécie de intermediário nesse tabuleiro geopolítico complexíssimo.
Mas calma lá que a coisa tem camadas. O presidente brasileiro foi rápido em deixar claro que não está fazendo média com ninguém. "Não estou fazendo isso para agradar um ou outro", explicou, num tom que misturava paciência e cansaço. "Estou fazendo porque acho que o Brasil pode contribuir para a paz."
O Jogo das Expectativas
O mais curioso é que Lula parece estar jogando com as expectativas de todo mundo. Enquanto os europeus esperavam talvez um alinhamento automático com o Ocidente, ele chega com essa de dialogar com todos os lados. É uma aposta arriscada, sem dúvida, mas que reflete aquela velha tradição brasileira de buscar caminhos próprios nas relações internacionais.
E olha que ele não para por aí. Noutro momento da coletiva, soltou: "O Zelensky também é amigo meu". Parece que todo mundo é amigo de todo mundo nessa história - o que torna o conflito ainda mais paradoxal, não acham?
O que fica claro é que o Brasil, sob Lula, quer reassumir um papel de mediador global. Resta saber se Trump, conhecido por seu estilo imprevisível, vai entrar nesse jogo. Uma coisa é certa: as próximas movimentações nesse xadrez diplomático prometem ser, no mínimo, interessantíssimas.