
Eis que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cruza o Atlântico mais uma vez — dessa vez com destino à Cidade Eterna. Roma recebe, a partir desta segunda-feira, o mandatário brasileiro para um evento que, convenhamos, não poderia ser mais urgente nos dias de hoje.
O Fórum Mundial da Alimentação da FAO não é apenas mais um evento na agenda internacional. Longe disso. Estamos falando de um debate crucial sobre como garantir que ninguém no planeta precise dormir com fome — algo que, pasmem, ainda afeta milhões de pessoas mundo afora.
Uma agenda carregada de compromissos
Lula não vai para fazer turismo, isso é certo. Sua agenda em Roma está repleta de encontros que mostram o peso que o Brasil carrega nessa discussão. O cara vai se reunir com ninguém menos que Qu Dongyu, o diretor-geral da FAO. E olha, não será um mero aperto de mãos — a pauta é densa, complexa, cheia de nuances.
Mas a coisa não para por aí. O presidente brasileiro também tem marcado um tête-à-tête com o primeiro-ministro da Itália, Giorgia Meloni. Dois líderes, visões distintas, mas um objetivo comum: encontrar soluções para um problema que deveria envergonhar a humanidade no século XXI.
O Brasil no centro do palco
O que muita gente não percebe é que o Brasil tem, sim, cacife para liderar essa conversa. Nossa capacidade produtiva agrícola é algo que impressiona — mas o desafio vai além de produzir comida. É sobre distribuição, acesso, políticas públicas que realmente cheguem a quem precisa.
Lula chega a Roma com um histórico recente que fala por si. Seu governo anterior praticamente tirou o Brasil do mapa da fome — e agora, parece claro que ele quer exportar esse know-how. Será que o mundo está pronto para ouvir?
Os desafios que permanecem
A verdade é que os números ainda assustam. Enquanto toneladas de alimentos são desperdiçadas diariamente, há crianças que não sabem o que é fazer três refeições ao dia. Um contrassenso doloroso, não acham?
O fórum em Roma terá que enfrentar essa realidade de frente — e Lula chega como uma voz experiente nesse campo. Resta saber se as outras nações estarão dispostas a ir além dos discursos bem-intencionados.
Ah, e tem mais: o contexto geopolítico atual não facilita nada. Crises climáticas, conflitos internacionais, pandemia — tudo isso complica ainda mais o cenário da segurança alimentar. Parece que estamos nadando contra a maré, mas desistir não é opção.
O que esperar desses diálogos?
Francamente, cansei de ver conferências internacionais que geram belas declarações — e pouca ação concreta. Desta vez, porém, sinto que há algo diferente no ar. Talvez seja a urgência do momento, ou a combinação certa de lideranças.
O Brasil chega com credibilidade para propor caminhos. Nossa experiência com programas como o Fome Zero não é algo que se deva subestimar. São conhecimentos que foram conquistados com suor e persistência — e que agora podem servir ao mundo.
Enquanto Lula percorre os corredores da FAO, milhões de pessoas aguardam por resultados. Não é exagero dizer que vidas dependem dessas conversas. Que a retórica dê lugar à ação — e rápido.