
O telefone tocou no Palácio do Planalto e do outro lado da linha estava uma das vozes mais polêmicas da política mundial. Não, não era um daqueles telefonemas de cortesia que duram cinco minutos - essa conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente americano Donald Trump se estendeu por quase meia hora inteira, um tempo considerável para dois líderes com agendas tão disputadas.
Segundo fontes próximas à assessoria presidencial, a ligação aconteceu nesta segunda-feira e pegou muitos de surpresa. Afinal, estamos falando de duas figuras que, digamos, não exatamente compartilham a mesma visão de mundo. Trump, com seu estilo confrontador e Lula, com sua experiência de décadas na política - era como juntar fogo e gasolina, mas aparentemente a conversa fluiu.
O timing que diz tudo
O que mais salta aos olhos é o momento escolhido para esse diálogo. A conversa ocorreu poucos dias após aquele ataque violento em Pittsburgh, quando Trump sofreu uma tentativa de assassinato durante um comício. Coincidência? Difícil acreditar.
Lula, sendo Lula, não perdeu a oportunidade de expressar solidariedade pelo ocorrido. Mas convenhamos - trinta minutos é tempo demais apenas para cumprimentos protocolares. Algo mais substancial estava em jogo, isso é evidente.
O que não foi dito
O Planalto, como sempre, manteve os detalhes sob sete chaves. Sabemos que falaram, sabemos quando falaram, sabemos por quanto tempo falaram. Mas o conteúdo? Ah, esse continua sendo um mistério envolto em um enigma dentro de um segredo de Estado.
Especulações não faltam. Alguns analistas arriscam que o assunto pode ter envolvido a crise no Oriente Médio, onde ambos os países têm interesses. Outros sugerem que Trump, em sua campanha eleitoral, busca aproximação com líderes de peso. E há ainda quem aponte para questões econômicas - o comércio bilateral sempre foi um tema espinhoso.
O fato é que meia hora no telefone entre dois presidentes - um atual, um ex - nunca é apenas meia hora. Cada minuto pesa como ouro em termos políticos.
Repercussões silenciosas
Curiosamente, nem a Casa Branca nem a equipe de Trump se manifestaram sobre o assunto. Silêncio que, em política, muitas vezes fala mais alto que palavras. Esse mutismo bilateral é, no mínimo, intrigante.
Enquanto isso, aqui no Brasil, a oposição já deve estar de cabelo em pé. Imagino os grupos de WhatsApp fervilhando com teorias da conspiração. Já o governo, na sua sabedoria estratégica, soltou apenas uma nota seca confirmando o fato - sem delongas, sem explicações.
Resta esperar para ver quais serão os desdobramentos dessa conversa que, tenho certeza, vai dar muito o que falar nos próximos dias. Em política internacional, como na vida, às vezes o mais importante não é o que se diz, mas com quem se conversa - e por quanto tempo.