
Roma testemunhou nesta quinta-feira um daqueles encontros que, sabe-se lá, podem mudar os rumos de discussões globais importantes. O presidente Lula desembarcou no Vaticano para uma conversa particular com o Papa Francisco - e olha, não foi mera cortesia diplomática.
O clima? Digamos que estava longe da formalidade enrijecida que normalmente cerca esses eventos. Dois veteranos da política mundial, cada um com sua bagagem impressionante, trocando ideias como quem realmente quer construir pontes. E construíram, aliás.
O convite que pode fazer história
Lula não perdeu tempo. Logo no início do encontro, que durou cerca de 55 minutos (tempo considerável para padrões vaticanos), estendeu o convite formal para que o Papa participe da COP30. O evento está marcado para 2025 em Belém, no coração da Amazônia - sim, aquele pedaço do planeta que todo mundo fala mas poucos realmente entendem.
"Precisamos da sua voz moral", argumentou Lula, segundo fontes próximas à delegação brasileira. E faz sentido, não? Francisco não é qualquer líder religioso; é aquele que escreveu a encíclica Laudato Si', praticamente um manifesto ecológico antes do tema virar moda.
Mais do que clima: a paz em jogo
Mas espera aí que tem mais. Os dois não ficaram só no ambientalismo óbvio. Discutiram aqueles conflitos que andam tirando o sono do mundo: Ucrânia, Gaza, a situação no Congo. Dois senhores com mais de 150 anos de experiência de vida somados trocando perspectivas sobre como acabar com guerras - é de se esperar alguma sabedoria, certo?
Francisco, sempre o pragmático, destacou a "importância do diálogo" mesmo quando parece impossível. Lula concordou, mas com aquela pitada de realismo político que só quem já governou um país continental consegue ter.
Relações Brasil-Vaticano: uma nova era?
Olhando para trás, é curioso como as coisas mudam. Este foi o oitavo encontro entre Lula e Francisco, mas o primeiro desde que o brasileiro retornou ao poder. E a sintonia parece mais forte do que nunca.
O cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer também estava lá - não como mero coadjuvante, mas como peça importante nesse quebra-cabeça diplomático. Sua presença sinaliza que a Igreja no Brasil leva isso muito a sério.
Ah, e detalhe: foi um encontro "muito fraterno", segundo assessores. Nada daqueles cumprimentos robóticos que vemos em cúpulas internacionais.
O que isso significa na prática?
- Para a COP30: Ter o Papa como aliado pode ser game-changer. Sua influência moral é capaz de pressionar até os mais relutantes.
- Para o Brasil: Mostra que o país quer mesmo retomar seu papel de liderança em fóruns globais.
- Para o mundo: Sinal que questões ambientais e de paz estão mais conectadas do que nunca.
No final das contas, o que Roma viu foi mais que um protocolo. Foi o reencontro de duas vozes que, cada uma à sua maneira, insistem em falar de esperança num mundo que às vezes parece preferir o pessimismo. Resta saber se o convite será aceito - mas, convenhamos, recusar um encontro na Amazônia com Lula seria, no mínimo, curioso.
Enquanto isso, seguimos na torcida. Porque algumas parcerias, ainda que improváveis, são exatamente o que o mundo precisa nesse momento.