Acordo de Gaza: Por que este cessar-fogo NÃO significa o fim da guerra?
Gaza: cessar-fogo não é fim da guerra

Parece uma boa notícia, né? Afinal, qualquer trégua num conflito que já dura tanto tempo seria motivo para comemorar. Mas a realidade — sempre mais complicada — mostra que esse acordo tem mais nuances do que aparenta.

O que foi acertado, na prática, é uma suspensão temporária das hostilidades. Uma pausa para respirar, basicamente. E olha, ninguém aqui está menosprezando o valor disso — qualquer dia sem bombardeios é precioso para quem está no meio do fogo cruzado.

Os detalhes que fazem a diferença

O acordo estabelece que Israel vai parar suas operações militares em Gaza por uma semana. Sete dias. Parece pouco? É mesmo. Mas é um começo.

Do outro lado, o Hamas se compromete a libertar um número específico de reféns — mulheres, crianças e idosos que estão em sua custódia desde aqueles ataques brutais de 7 de outubro. A contrapartida israelense envolve soltar prisioneiros palestinos, muitos deles mulheres e menores.

E depois dessa semana?

Aí é que está o X da questão. O acordo prevê a possibilidade de extensões, mas isso depende totalmente do cumprimento de ambas as partes. E convenhamos, a confiança entre esses lados está — para ser generoso — bem desgastada.

Os combates podem ser retomados a qualquer momento se alguma das partes considerar que a outra não está honrando seus compromissos. É como um acordo frágil, desses que qualquer vento mais forte pode derrubar.

O que dizem os especialistas

Analistas internacionais estão cautelosamente otimistas, mas ninguém está cantando vitória. A sensação geral é que estamos diante de um alívio temporário, não de uma solução definitiva.

As questões mais espinhosas — tipo o futuro político de Gaza, o desarmamento do Hamas, as garantias de segurança para Israel — todas essas continuam completamente em aberto. São conversas para outra hora, e provavelmente bem difíceis.

Ah, e tem outro detalhe importante: as operações israelenses no Líbano continuam normalmente. Ou seja, a calmaria é localizada, não geral.

Por que tanta cautela?

Quem acompanha o noticiário internacional já viu esse filme antes. Acordos anteriores nessa região frequentemente desmoronaram por detalhes que pareciam pequenos à primeira vista.

A verdade é que ambos os lados têm objetivos fundamentais que ainda parecem irreconciliáveis. Israel quer garantir que nunca mais sofrerá ataques como os de outubro. Os palestinos querem um Estado viável e o fim da ocupação.

Enquanto essas questões de fundo não forem abordadas seriamente, qualquer cessar-fogo será apenas um band-aid num ferimento profundo.

Então, respiremos aliviados por essa trégua, mas mantenhamos os pés no chão. A paz real — aquela que permite que pessoas vivam suas vidas sem medo — ainda está a uma boa distância.