
Em uma decisão que acirrou ainda mais as tensões globais, os Estados Unidos vetaram nesta terça-feira (04/06) uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Todos os outros 14 países membros do Conselho votaram a favor da medida, deixando os EUA isolados na posição contrária.
O veto americano ocorre em meio a um dos piores momentos do conflito entre Israel e Hamas, com centenas de mortes civis registradas nas últimas semanas. A resolução, proposta pela Argélia, exigia "um cessar-fogo humanitário imediato" e a liberação de todos os reféns.
Reações internacionais
Diplomatas presentes à sessão descreveram um clima de frustração generalizada após o veto americano. Representantes de vários países, incluindo França e China, criticaram a decisão dos EUA, afirmando que ela prolonga o sofrimento da população civil em Gaza.
O embaixador da Argélia na ONU classificou o veto como "uma sentença de morte para milhares de palestinos", enquanto o representante russo acusou os EUA de "proteger os interesses de um só país em detrimento da paz internacional".
Justificativa americana
Em defesa do veto, a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield afirmou que a resolução "poderia interferir nas negociações sensíveis em curso" para uma trégua. Ela destacou que os EUA estão trabalhando em uma proposta alternativa que inclua a liberação de reféns.
Analistas políticos sugerem que o veto reflete a pressão doméstica sobre o governo Biden, dividido entre apoiadores de Israel e uma ala progressista do Partido Democrata que pede maior pressão para acabar com o conflito.
Próximos passos
Com o veto americano, a resolução não será aprovada. No entanto, a Assembleia Geral da ONU pode convocar uma sessão especial para discutir o tema, onde os EUA não têm poder de veto. Enquanto isso, os combates em Gaza continuam intensos, com relatos de novos bombardeios nesta quarta-feira.