Governo Trump nega vistos por obesidade e doenças crônicas
EUA negam vistos por obesidade e doenças crônicas

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou uma nova diretriz que autoriza as embaixadas americanas a recusarem vistos de entrada para pessoas com condições médicas específicas. A medida, que inclui condições como diabetes, obesidade e problemas cardíacos, tem como objetivo evitar que estrangeiros se tornem um fardo financeiro para os cofres públicos americanos.

Critérios médicos para negativa de visto

O Departamento de Estado dos EUA enviou o documento na quarta-feira, 12 de novembro de 2025, orientando os agentes de imigração a considerarem o estado de saúde dos candidatos como fator decisivo na análise de pedidos de visto. Condições médicas como doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer, diabetes, doenças metabólicas, neurológicas e transtornos mentais passam a ser critérios para possível recusa.

"É preciso levar em consideração a saúde do candidato", afirma o comunicado oficial. "Certas condições médicas podem exigir tratamentos que custam centenas de milhares de dólares. Todas essas condições podem exigir cuidados caros e de longo prazo."

Questionário financeiro para imigrantes

Os funcionários das embaixadas receberam instruções para questionarem se os candidatos possuem recursos financeiros suficientes para cobrir custos médicos durante toda sua expectativa de vida sem recorrer à assistência pública. A diretriz aconselha os agentes a perguntarem: "O requerente possui recursos financeiros suficientes para cobrir os custos de tais cuidados durante toda a sua expectativa de vida, sem recorrer a assistência pública em dinheiro ou à institucionalização de longo prazo às custas do governo?"

Tommy Piggot, porta-voz adjunto do Departamento de Estado, confirmou a circulação da norma à Fox News. Em nota, ele afirmou que "não é segredo que a administração de Trump está colocando os americanos em primeiro lugar", incluindo a aplicação de políticas que garantam que o sistema de imigração não seja um fardo para o contribuinte americano.

Expansão dos critérios de avaliação

Antes da nova diretriz, as equipes diplomáticas já questionavam a saúde dos candidatos, mas o foco principal era em doenças transmissíveis e histórico de vacinação. A partir de agora, o estado de saúde geral ganha maior protagonismo no processo de solicitação de visto.

Segundo Charles Wheeler, advogado sênior da Catholic Legal Immigration Network, embora a orientação se estenda a todas as formas de visto, acredita-se que será usada principalmente em casos onde as pessoas buscam residência permanente nos EUA.

A diretriz também instrui os agentes a considerarem a saúde dos membros da família, incluindo crianças ou pais idosos. Os funcionários de imigração deverão avaliar se "algum dos dependentes possui alguma deficiência, doença crônica ou outras necessidades especiais que exijam cuidados que impeçam o requerente de manter um emprego".

Preocupações com a nova política

Wheeler alerta que a diretriz é perigosa porque permite que agentes sem formação médica desenvolvam "suas próprias ideias sobre o que poderia levar a algum tipo de emergência médica ou custos médicos no futuro". O advogado destacou à ABC News que os agentes "não têm formação médica, não têm experiência nessa área e não deveriam fazer projeções com base em seu próprio conhecimento ou preconceito".

A implementação desta política representa uma mudança significativa na forma como os Estados Unidos avaliam candidatos a visto, priorizando considerações financeiras sobre condições médicas preexistentes que podem representar custos futuros para o sistema de saúde americano.