Militares dos EUA apresentam a Trump planos de ação para Venezuela
EUA apresentam planos militares para Venezuela a Trump

Em meio a uma escalada de tensões entre Washington e Caracas, militares do alto escalão dos Estados Unidos apresentaram nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, ao presidente Donald Trump, opções de operações militares na Venezuela. A informação foi confirmada pela emissora americana CBS News e por fontes da Casa Branca.

Reunião estratégica no Pentágono

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, lideraram a apresentação de planos atualizados que incluíam a possibilidade de ataques por terra contra alvos venezuelanos. As opções foram elaboradas com base em informações fornecidas pela comunidade de Inteligência dos EUA.

Dois importantes nomes do governo americano estiveram ausentes do encontro: a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, retornava de uma viagem ao exterior, enquanto o Secretário de Estado, Marco Rubio, participava de uma cúpula do G7 no Canadá.

Mobilização militar sem precedentes

A movimentação ocorre paralelamente ao significativo envio de tropas americanas para a região do Caribe e Pacífico. Os Estados Unidos destacaram:

  • O maior porta-aviões da frota americana
  • Destróieres equipados com mísseis guiados
  • Caças de última geração F-35
  • Um submarino nuclear
  • Aproximadamente 6.500 soldados

Trump também revelou que autorizou a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações de que Washington busca derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Acusações e justificativas

O Pentágono apresentou a Trump diferentes opções de ataque, incluindo alvos a instalações militares venezuelanas - como pistas de pouso - sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas da Venezuela e o narcotráfico.

Os EUA acusam formalmente Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura. O presidente colombiano, Gustavo Petro, também foi alvo de acusações públicas por parte de Trump, sendo chamado de "líder do tráfico de drogas" e "bandido".

Paralelamente, intensificam-se os ataques a barcos que o governo americano classifica como pertencentes a "Organizações Terroristas Designadas". Até o momento, foram registrados 21 bombardeios que resultaram em 80 mortes.

Resposta venezuelana

Na terça-feira, 11 de novembro, um dia antes da reunião no Pentágono, Maduro ativou os chamados "Comandos Integrados de Defesa", uma nova estrutura que reúne "todas as instituições públicas do Estado venezuelano, a instituição militar e todo o poder popular".

A medida foi sancionada na véspera e faz parte da Lei do Comando para a Defesa da Nação, que será implementada em três níveis de governo: nacional, estadual e municipal, conforme explicou o presidente da Assembleia Nacional, Jorge de Jesús Rodríguez.

"Se dependesse de nós, como República, como povo, pegar em armas para defender este patrimônio sagrado dos libertadores, estaríamos prontos para vencer e triunfar por meio do patriotismo e da coragem", declarou o líder chavista.

A legislação, baseada na doutrina militar de Hugo Chávez e aperfeiçoada por Maduro, define uma estrutura organizacional e operacional para os Comandos, subordinada ao Comando Operacional Estratégico das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (Ceofanb), comandado pelo general Domingo Antonio Hernández Lárez.

Enquanto a tensão continua a crescer, a comunidade internacional observa com preocupação os desdobramentos de um conflito que pode redesenhar o equilíbrio de poder na América Latina.