
O cenário geopolítico envolvendo a Venezuela ganhou contornos dramáticos nesta semana. E não, não é exagero. Fontes próximas ao governo de Nicolás Maduro levantaram uma acusação grave – pesada até para os padrões já conturbados das relações internacionais.
Os Estados Unidos, sempre na mira do regime venezuelano, estariam agora empregando – pasmem – métodos classificados como terroristas para forçar uma mudança de governo em Caracas. A alegação é forte, ecolou em corredores diplomáticos e deixou muitos analistas de queixo caído.
Mas que métodos seriam esses?
Bem, a coisa não é simples. Segundo as alegações, não se trata apenas das sanções econômicas já conhecidas, aquelas que estrangulam a economia de um país. Vai além. Muito além. Estariam em curso supostas operações de desestabilização interna, financiamento de grupos opositores radicais e até – acredite se quiser – sugestões de assassinatos seletivos. É como se a Guerra Fria tivesse voltado, mas com uma roupagem digital e muito mais perigosa.
O governo Biden, é claro, nega veementemente. Diz que a narrativa é fabricada, uma distração para os problemas internos venezuelanos. Mas será? A história se repete, e os arquivos da CIA não mentem sobre operações passadas em outras latitudes. É difícil não levantar uma sobrancelha de ceticismo.
O fato é que a Venezuela segue sendo um tabuleiro de xadrez global. De um lado, Maduro se agarra ao poder com unhas e dentes, apoiado por potências como Rússia e China. Do outro, os EUA e aliados regionais, que veem o país como uma ameaça à estabilidade hemisférica. No meio, o povo venezuelano, que sofre com hiperinflação, escassez e uma crise humanitária das grandes.
E agora, essa nova camada de complexidade. Acusações de terrorismo internacional. Se comprovadas – e é um 'se' gigantesco –, poderiam redefinir decades de direito internacional e soberania. Se falsas, mostram o nível de desespero retórico de um regime encurralado.
Uma coisa é certa: a situação está longe de esfriar. E o mundo deveria estar prestando mais atenção.