E-mails de Epstein revelam que Trump sabia de abusos sexuais, diz documento
E-mails de Epstein revelam que Trump sabia de abusos

O Congresso dos Estados Unidos divulgou nesta quarta-feira (12) uma série de e-mails de Jeffrey Epstein que reacenderam as controvérsias envolvendo o ex-presidente Donald Trump. Os documentos revelam afirmações do criminoso sexual sobre o conhecimento de Trump sobre seus crimes.

As acusações nos e-mails

Nos e-mails divulgados pelos democratas da Câmara dos Deputados, Epstein faz referências diretas a Donald Trump. Em uma mensagem de abril de 2011 para sua assistente Ghislaine Maxwell - posteriormente condenada por facilitar os crimes - Epstein escreveu: "Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump".

O empresário ainda afirmou em suas comunicações que Trump "sabia sobre as meninas" - muitas delas identificadas como menores de idade pelos investigadores. Em outro trecho preocupante, Epstein menciona que uma das vítimas "passou horas na minha casa com ele... e nunca foi mencionada uma única vez".

A reação de Trump

Donald Trump reagiu imediatamente através de suas redes sociais, classificando a divulgação dos e-mails como uma "armadilha" criada pelos democratas. O ex-presidente afirmou que a oposição estaria usando o caso para desviar a atenção da paralisação do governo federal, que já dura 42 dias.

"Os democratas estão tentando ressuscitar a farsa de Jeffrey Epstein porque fariam qualquer coisa para desviar o foco de como se saíram mal na paralisação", escreveu Trump em sua plataforma social. Ele ainda criticou membros de seu próprio partido que estariam dando atenção ao caso, afirmando que "apenas um republicano muito ruim ou estúpido cairia nessa armadilha".

A defesa da Casa Branca

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, saiu em defesa do ex-presidente, afirmando que Trump "não fez nada de errado". Ela acusou os democratas de vazarem os e-mails especificamente para difamar Trump e questionou a legitimidade da divulgação.

Leavitt também reforçou a versão de que Trump havia expulso Epstein do clube Mar-a-Lago em Palm Beach após descobrir seu comportamento inadequado. "Jeffrey Epstein era membro em Mar-a-Lago até que o presidente Trump o expulsou, porque Epstein era um pedófilo e um sujeito repugnante", declarou a porta-voz.

O histórico do caso Epstein

Jeffrey Epstein era um empresário norte-americano conhecido por sua extensa rede de contatos com políticos, celebridades e empresários influentes. Ele foi acusado de abusar sexualmente de mais de 250 meninas menores de idade e operar uma rede de exploração sexual.

Epstein foi preso em julho de 2019 e, segundo autoridades americanas, cometeu suicídio um mês depois enquanto estava detido. O caso gerou inúmeras teorias da conspiração e questionamentos sobre as circunstâncias de sua morte.

Durante sua campanha presidencial, Trump havia prometido divulgar uma suposta "lista" de clientes do esquema de exploração sexual infantil de Epstein, mas posteriormente negou a existência dessa lista e minimizou a importância do caso.

Segundo a imprensa americana, Trump foi alertado em maio por seu Departamento de Justiça que ele aparecia nos documentos de Epstein. O ex-presidente nega enfaticamente qualquer envolvimento ou conhecimento sobre a rede de tráfico sexual e afirma que rompeu relações com Epstein há muitos anos.