Democratas mostram maior mobilização para eleições de 2026
Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, revelou que os eleitores do Partido Democrata estão significativamente mais mobilizados que os republicanos para as eleições de meio de mandato de 2026. O estudo, que entrevistou 1.200 pessoas ao longo de seis dias, mostrou um entusiasmo consideravelmente maior entre a base democrata.
Os números são expressivos: 44% dos eleitores democratas declararam estar "muito entusiasmados" em comparecer às urnas, enquanto apenas 26% dos apoiadores de Donald Trump demonstraram o mesmo nível de motivação. Esta diferença de quase 20 pontos percentuais surge em um momento crucial, quando todas as 435 cadeiras da Câmara dos Deputados e 35 das 100 vagas do Senado estarão em disputa.
Contexto político e aprovação presidencial
O levantamento ocorreu após uma sequência de vitórias democratas em eleições locais realizadas em 4 de novembro, incluindo conquistas expressivas nas disputas para governador na Virgínia e em Nova Jersey, além da eleição para prefeito de Nova York. Esses resultados, embora em regiões tradicionalmente democratas, surpreenderam pela magnitude das vitórias anti-Trump.
Enquanto isso, a aprovação do presidente Trump permanece no nível mais baixo desde o início de seu mandato, em janeiro. O índice se mantém em 40%, enquanto a desaprovação subiu de 52% em maio para 58% na pesquisa mais recente.
Os dados revelam ainda que quase um em cada oito eleitores democratas afirmou que se arrependeria se não votasse no pleito legislativo do próximo ano, contra 68% dos republicanos que expressaram a mesma preocupação.
Custo de vida domina preocupações eleitorais
O tema da acessibilidade e custo de vida emergiu como a principal preocupação dos eleitores, com 45% dos americanos afirmando que este será o fator mais importante para definir seu voto nas eleições de 2026. Esta tendência já havia sido observada nas campanhas democratas bem-sucedidas da semana anterior.
Quando questionados sobre qual partido tem um plano melhor para lidar com esta questão, 38% dos eleitores registrados favoreceram os democratas, enquanto 36% optaram pelos republicanos. No entanto, Trump recebeu avaliações particularmente negativas em relação ao seu manejo do custo de vida, com 62% dos americanos desaprovando sua gestão do tema.
Os preços voltaram a subir desde seu retorno à Casa Branca, alcançando neste mês o mesmo patamar de janeiro (3%), mesmo com o enfraquecimento do mercado de trabalho.
Polarização e outros temas importantes
Apesar da vantagem democrata em entusiasmo, a pesquisa confirma que os Estados Unidos continuam profundamente polarizados. Se as eleições para o Congresso fossem realizadas hoje, 41% dos eleitores registrados votariam no candidato democrata e 40% no republicano - diferença dentro da margem de erro de três pontos percentuais.
Em outros temas, os republicanos mantêm vantagem na questão imigratória, com 46% dos entrevistados acreditando que o partido lidaria melhor com o assunto, contra 34% para os democratas. No entanto, apenas 14% consideram a imigração como a questão mais importante para as eleições do próximo ano.
Após o custo de vida, os valores e normas democráticos aparecem como segunda maior prioridade (26%) - área em que os eleitores, no geral, favorecem os democratas por 43% a 34%.
Mudanças no cenário partidário
A pesquisa também detectou sinais de recuperação de ânimo entre os democratas. 39% dos eleitores do partido ainda concordam que a legenda "perdeu o rumo", mas este número representa uma queda de dez pontos percentuais desde agosto.
Entre os republicanos, 22% disseram que seu partido perdeu o rumo, mantendo-se dentro da margem de erro em relação aos 19% de agosto, mas seguindo uma tendência de alta.
O estudo ainda revelou que os apoiadores democratas veem o prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani - que se autodenomina socialista - tão favoravelmente (67% de aprovação) quanto o governador da Califórnia, Gavin Newsom, da ala menos esquerdista do partido (65% de aprovação).
A pesquisa foi encerrada pouco antes de o Congresso votar pelo fim do shutdown mais longo da história do país, episódio que dividiu o Partido Democrata quando oito senadores da sigla se aliaram aos republicanos para romper o impasse sobre o financiamento do governo.
