Trump ou não Trump: Congresso americano confirma presença na COP do Brasil em peso
Congresso americano na COP30: Trump ou não

Eis que surge uma daquelas situações que mostram como certas causas conseguem, sim, atravessar fronteiras e divisões ideológicas. Enquanto o mundo acompanha a disputa eleitoral americana com o fôlego suspenso, algo interessante está acontecendo nos corredores do Capitólio.

Parlamentares dos dois partidos — democratas e republicanos — estão se organizando para marcar presença na COP30, que será realizada em Belém do Pará no ano que vem. E o mais curioso: essa mobilização segue independentemente de quem vencer as eleições presidenciais em novembro.

Uma ponte sobre águas políticas turbulentas

Não é todo dia que se vê democratas e republicanos remando na mesma direção, especialmente em temas ambientais. Mas parece que a Amazônia e as mudanças climáticas conseguiram fazer o que muitos julgavam impossível. Criar um consenso.

"Há um entendimento crescente de que certas questões são maiores que nossas diferenças domésticas", comentou uma fonte do Congresso que preferiu não se identificar. "O mundo não para porque temos eleições."

O que está em jogo

A delegação americana promete ser significativa. Estamos falando de senadores e representantes de peso, daqueles que realmente influenciam políticas e orçamentos. Eles querem ver de perto:

  • Os desafios da preservação amazônica
  • O potencial de cooperação tecnológica
  • Oportunidades de investimento verde
  • E, claro, o papel do Brasil nesse tabuleiro global

É como se dissessem: "Trump ou Biden, o show must go on". E que show!

Brasil no centro das atenções

Para nós, brasileiros, essa movimentação toda é mais que um mero protocolo diplomático. Representa um reconhecimento tácito de que o Brasil voltou a ser um ator crucial nas discussões climáticas globais.

Belém se prepara para receber o mundo, e os americanos — sempre pragmáticos — não querem ficar de fora dessa. Afinal, quem fica fora do jogo perde oportunidades. E oportunidades, nessa área, é o que não falta.

O timing não poderia ser mais interessante. Enquanto alguns esperavam que a política ambiental americana entrasse em compasso de espera durante a campanha eleitoral, eis que surge essa demonstração de continuidade. Quase um recado ao mundo: "Não importa o resultado das urnas, os EUA permanecem engajados."

Para ficar de olho

Resta saber como essa postura será recebida internamente nos Estados Unidos. Haverá críticas? Certamente. Mas o fato de ser uma iniciativa bipartidária dá uma robustez política que iniciativas unilaterais jamais teriam.

Enquanto isso, nós aqui do lado de cá do Equador temos uma janela de oportunidade aberta. Cabe a nós saber aproveitá-la.

Uma coisa é certa: a COP30 em Belém promete ser muito mais que mais uma conferência sobre clima. Será um palco onde se encenará o futuro das relações internacionais ambientais. E os americanos, sabiamente, não quiseram perder seu lugar na plateia. Muito menos no palco.