Encontro diplomático discute papel do Brasil na paz da Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, realizou um encontro importante com o chanceler da Ucrânia, Andrii Sybiha, durante as margens da reunião de chanceleres do G7, que aconteceu no Canadá nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025.
De acordo com informações divulgadas pelo Itamaraty, os dois diplomatas mantiveram conversas substanciais sobre o atual contexto da guerra na Ucrânia e os esforços diplomáticos em curso para alcançar a cessação de hostilidades no conflito que já dura anos.
Reconhecimento internacional ao papel brasileiro
O governo ucraniano demonstrou confiança no potencial do Brasil como mediador, com Sybiha destacando em setembro, durante entrevista à revista VEJA, que seu país "conta com um papel mais ativo do Brasil" nos esforços de paz.
O chanceler ucraniano foi além ao reconhecer e elogiar publicamente a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações entre Kiev e Moscou. "Nós temos bons contatos. E nós realmente esperamos que a voz do Brasil também contribua para fazer a paz mais clara", afirmou Sybiha na ocasião.
Expectativas concretas para atuação brasileira
Durante as discussões, ficou evidente que a Ucrânia espera que o Brasil utilize sua influência internacional para impedir que a Rússia instrumentalize os Brics com o objetivo de legalizar e justificar a agressão ao território ucraniano.
Sybiha também apresentou demandas específicas, sugerindo que o Brasil poderia exercer pressão sobre a Rússia para parar ataques a instalações civis e de infraestrutura, especialmente com a aproximação do inverno no hemisfério norte. O chanceler ucraniano classificou esses ataques como "crimes de guerra" que precisam ser interrompidos urgentemente.
Além do encontro com o representante ucraniano, Mauro Vieira também se reuniu com o chanceler da Coreia do Sul, Cho Hyun, demonstrando a agenda diversificada do ministro brasileiro durante o evento internacional. Na ocasião, o diplomata sul-coreano manifestou interesse na retomada das negociações com o Mercosul sobre um acordo de livre comércio.