O cenário está pronto para um dos eventos mais aguardados do futebol mundial, mas com uma inesperada assinatura política. O sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026 será realizado nesta sexta-feira, 5 de dezembro, a partir das 14h (horário de Brasília), no Kennedy Center, em Washington, nos Estados Unidos. O local, que não é uma das 16 cidades-sede do torneio, receberá as seleções para a revelação dos adversários da fase inicial e dos possíveis caminhos até as oitavas de final.
A mão de Trump na escolha da sede
Por trás da decisão de realizar o evento na capital americana está uma figura familiar e polarizadora: Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos insistiu pessoalmente para que Washington fosse a anfitriã do sorteio, um movimento que alterou os planos originais da Fifa. A entidade máxima do futebol havia projetado inicialmente realizar a cerimônia em Las Vegas, cidade que sediou o sorteio da Copa do Mundo de 1994, quando os EUA foram os únicos país-sede.
A escolha de Washington, portanto, carrega um claro simbolismo político, inserindo o evento esportivo no coração do poder norte-americano durante o mandato de Trump.
YMCA soa como hino político no Kennedy Center
A influência do mandatário não para na localização. Uma das atrações musicais confirmadas para a cerimônia de sexta-feira é o grupo Village People, famoso pelo clássico da disco music YMCA. A escolha da música é carregada de significado, já que a faixa foi amplamente utilizada por Trump como uma espécie de hino não oficial em seus comícios da campanha "Make America Great Again" (MAGA).
A conexão entre o grupo e o presidente é antiga. Os Village People se apresentaram na cerimônia de posse de Trump para seu segundo mandato, solidificando um vínculo entre o entretenimento pop e a esfera política atual.
O que está em jogo no sorteio
Para além do contexto político, o evento em Washington tem um peso esportivo crucial. As 48 seleções classificadas para a Copa de 2026, que será sediada conjuntamente por Estados Unidos, Canadá e México, conhecerão seus primeiros adversários. O sorteio definirá a composição dos grupos e o mapa que cada time precisará percorrer desde a fase inicial até as eliminatórias decisivas.
O mundo do futebol estará de olho no Kennedy Center, mas a narrativa do evento já ganhou um capítulo extraesportivo marcante. A cerimônia promete ser um reflexo da interseção entre esporte, entretenimento e política na era Trump, definindo o tom para o maior evento esportivo do planeta que acontecerá em solo norte-americano em menos de um ano.