A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, uma transformação completa nas principais competições de futebol feminino do país. As mudanças, que começam a valer em 2026 e se estendem até 2029, representam um marco histórico para a modalidade.
O presidente da CBF, Samir Xaud, foi enfático ao declarar que "a casa do futebol brasileiro também é das mulheres". O dirigente destacou que as alterações foram construídas após amplo diálogo com especialistas, federações, clubes e as próprias jogadoras.
Expansão do Brasileirão Feminino
As mudanças mais significativas atingem as três divisões do Campeonato Brasileiro Feminino. Na elite, a Série A1 passará de 16 para 18 clubes em 2026, com previsão de chegar a 20 equipes já em 2027.
O calendário da primeira divisão em 2026 está definido: começará em 15 de fevereiro e terminará em 4 de outubro. Com a expansão, o número total de partidas saltará de 134 para 167 duelos. O formato de disputa será mantido, com turno único seguido de mata-mata para as oito melhores colocadas.
Mudanças nas divisões de acesso
As divisões de acesso terão transformações ainda mais profundas. A Série A2 sofrerá uma das maiores modificações, passando de 70 para 134 partidas. O campeonato abandonará o formato de grupos e adotará o grupo único em turno único, espelhando o modelo da Série A1.
Já a Série A3 também terá aumento considerável, saltando de 78 para 126 jogos. A primeira fase deixará de ter jogos apenas de turno e passará a ser disputada em turno e returno, garantindo um mínimo de seis partidas por clube.
No total, as três divisões do Campeonato Brasileiro Feminino somarão mais de 400 jogos.
Reestruturação da Copa do Brasil Feminina
A Copa do Brasil Feminina também foi completamente reformulada. O torneio contará com 66 clubes participantes e verá aumento no total de partidas, passando de 64 para 72 jogos.
Uma alteração importante no formato é que as fases decisivas - quartas de final, semifinais e final - que antes eram disputadas em jogo único, passarão a ser realizadas em partidas de ida e volta.
O campeonato será antecipado para 22 de abril e terá um total de 11 datas reservadas.
Impacto geral e transmissões
Xaud enfatizou que as alterações visam o crescimento da modalidade em todas as esferas: "As mudanças apresentadas vão muito além do calendário, estamos aumentando as cotas e as premiações dos clubes de todas as competições".
O presidente classificou o novo modelo como "crescimento sustentável", alinhado aos calendários internacionais da FIFA e da CONMEBOL, proporcionando mais previsibilidade aos clubes de elite e mais oportunidades para a base da pirâmide do futebol feminino.
A CBF também garantiu a transmissão de 100% das partidas da Série A1, reforçando a visibilidade da modalidade.
Para dimensionar a ampliação, o volume total de partidas no futebol feminino brasileiro, incluindo a base, deve aumentar em aproximadamente 52% até 2026, atingindo cerca de 700 jogos.