União Brasil e PP pedem federação ao TSE para criar maior força partidária em 2026
União Brasil e PP pedem federação partidária ao TSE

Nesta quinta-feira, 4 de setembro, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) deram um passo decisivo rumo à formação da maior força política do país. As legendas protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de registro de uma federação partidária, batizada de União Progressista.

O que é uma federação partidária e os prazos

As federações são um modelo de aliança eleitoral que une duas ou mais siglas, que passam a atuar como uma única força por, no mínimo, quatro anos. Para que a União Progressista seja válida já nas eleições de 2026, marcadas para 4 de outubro, o TSE precisa aprovar o pedido até seis meses antes do pleito. A ministra Estela Aranha será a relatora do processo.

Apesar de aprovada internamente pelos partidos em agosto, a formalização no tribunal foi adiada devido a uma série de divergências locais entre as bases. Agora, o caminho está aberto para a consolidação da chamada "superfederação".

O poderio da União Progressista em números

Se concretizada, a federação será a maior força partidária do Brasil em uma série de aspectos fundamentais para o poder político e eleitoral. Confira os números:

  • 108 deputados federais – a maior bancada na Câmara.
  • 12 senadores – a terceira maior bancada no Senado.
  • 1.335 prefeitos em todo o país – o maior número, superando o PSD.
  • Sete governadores – à frente de todos os outros partidos.
  • R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral (valores de 2024) – a maior fatia, R$ 67 milhões a mais que o segundo colocado, o PL.
  • R$ 197,6 milhões em fundo partidário (valores de 2024) – também o maior volume.

Levando em conta os valores de 2024, a federação teria direito a quase R$ 1 bilhão em recursos públicos para campanhas.

Posicionamento político e disputa pela candidatura presidencial

Dirigentes da nova federação afirmam que a aliança deverá se posicionar de forma crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O manifesto de lançamento do grupo estabelece como objetivos a "responsabilidade fiscal e responsabilidade social".

No entanto, há uma disputa interna sobre o nome que a federação lançará para a Presidência em 2026. Enquanto o União Brasil tem um pré-candidato declarado, o governador de Goiás Ronaldo Caiado, o presidente do PP, Ciro Nogueira, é defensor de uma articulação em torno do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, filiado ao Republicanos.

O estatuto da federação define que a escolha dos candidatos a presidente e vice será feita pela direção nacional da aliança, a partir de indicações de cada partido. Qualquer coligação do grupo com outra candidatura também será decidida pela cúpula.

Comando e expulsões no governo Lula

O estatuto estabelece um comando compartilhado até o fim de 2025, entre Antonio de Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP). Entre 2026 e 2029, a presidência será exercida exclusivamente por Rueda, com Nogueira como vice-presidente. A direção nacional inicial também inclui nomes como ACM Neto, Arthur Lira, Davi Alcolumbre e o próprio Ronaldo Caiado.

Recentemente, ambos os partidos determinaram a saída de filiados de cargos no governo Lula, reforçando o posicionamento oposicionista. O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), corre risco de expulsão por ter permanecido no cargo. Já o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), foi afastado de seus cargos na direção do Progressistas.

A criação da União Progressista é acompanhada de perto por outras legendas, que avaliam o impacto que essa mega força de centro-direita terá no cenário político e nas disputas eleitorais de 2026. A decisão do TSE será o próximo capítulo decisivo nessa formação.