O governador paulista Tarcísio de Freitas soltou o verbo nesta segunda-feira (5) e não poupou críticas à decisão que concedeu prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A fala, em tom ácido, ecoou como um trovão no cenário político nacional.
"Tem coisa que não dá pra engolir quieto", disparou Tarcísio, com aquela cara de quem acabou de morder um limão. O republicano — que já foi ministro de Bolsonaro — parece ter rompido de vez o cordão umbilical com o ex-chefe.
O X da questão
O que realmente pegou mal foi o timing. Enquanto cidadãos comuns apodrecem em celas superlotadas por crimes menores, a Justiça parece ter régua diferente para figurões. "Isso mina a confiança nas instituições", resmungou um assessor do governador, sob condição de anonimato.
Detalhe curioso: Tarcísio evitou mencionar Bolsonaro pelo nome. Usou e abusou de circunlóquios — "determinadas pessoas", "alguns indivíduos". Coisa fina.
Repercussão em cadeia
Nas redes sociais, a declaração virou polvorosa. De um lado, apoiadores do ex-presidente chamaram Tarcísio de "traidor". Do outro, oposicionistas aplaudiram de pé — ainda que com ressalvas.
"Finalmente alguém com coragem de falar o óbvio", comentou uma professora aposentada de Campinas, enquanto tomava seu café com pão de queijo.
Já nos corredores do Palácio dos Bandeirantes, o clima era de "fogo amigo". Alguns aliados do governador torceram o nariz. Afinal, mexer com o bolsonarismo raiz pode custar caro em 2026.
