
O tabuleiro político do Rio de Janeiro para 2026 já começa a esquentar, e as primeiras peças estão se movendo de forma bastante reveladora. Um levantamento recente, realizado entre os dias 19 e 20 de agosto, joga luz sobre as preferências do eleitorado fluminense – e os números não mentem.
Quem está na dianteira, e com uma vantagem que faz qualquer adversário pensar duas vezes, é o atual prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD). O político carrega nas costas uma sólida intenção de voto de 35%, um número que, convenhamos, não é nada modesto nesta fase ainda inicial do jogo. Parece que sua máquina política não desligou nem por um minuto.
E o segundo colocado? Bem, aí a história muda um pouco de figura. O deputado federal Rodrigo Bacellar (PL) aparece na vice-liderança, é verdade. Mas seus 9% soam mais como um sussurro perto do estrondo feito por Paes. Uma diferença abissal que certamente vai gerar noites mal dormidas entre seus assessores.
O Resto do Campo e a Volatilidade do Eleitor
O cenário fica ainda mais interessante quando olhamos para os outros nomes. O ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) e o também deputado federal Altineu Côrtes (PL) empatam tecnicamente, com 4% cada. Não é exatamente um fôlego para disputar uma maratona, mas no mundo da política, tudo pode virar de cabeça para baixo.
E não vamos esquecer daquele fator que sempre tira o sono de quem está nas pesquisas: os indecisos. Um colossal 32% dos eleitores simplesmente não sabem em quem apostar suas fichas, ou preferem não contar seus segredos. É um eleitorado flutuante gigantesco, um verdadeiro oceano de votos que pode ser navegado por qualquer candidato com um discurso convincente.
Ah, e os votos brancos e nulos? Somam 8%. A rejeição, aquele termômetro cruel que mede a febre antipática contra um político, também foi calculada. Paes, como era de se esperar para quem está no comando, lidera esse ranking nada desejável com 20%. Bacellar vem atrás com 11%, enquanto Garotinho e Côrtes têm 24% e 13%, respectivamente.
Uma Longa Estrada pela Frente
Olhando de fora, é tentador cravar um vencedor. Mas a gente sabe que política é um jogo de xadrez jogado em cima de um tabuleiro molhado e com peças de gelo. Um ano é uma eternidade. Muita água vai rolar debaixo da ponte até outubro de 2026 – e algumas enchentes políticas são praticamente inevitáveis.
Alianças serão costuradas e desfeitas, crises surgirão do nada, e algum escândalo pode virar o jogo completamente. A liderança de Paes parece confortável agora, mas na política, conforto é um convite para a complacência. E complacência, como bem sabemos, é o primeiro passo para uma derrota inesperada.
O Rio de Janeiro, com seu eleitorado sempre tão imprevisível e passionista, promete mais um capítulo eletrizante na sua rica história política. Fiquemos de olho.