Pesquisa Eleitoral Abala Planalto: Lula Perde para Bolsonaro e Empata com Tarcísio e Michelle
Pesquisa: Lula perde para Bolsonaro e empata com Michelle

O cenário político nacional acordou com um terremoto nesta quinta-feira. E não, não foi metafórico. Uma nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, aquela que os marqueteiros disfarçam, mas correm para ler assim que chega, pintou um retrato que deve ter tirado o sono de mais de um estrategista no Planalto.

Os números? Francamente, surpreendentes. Num teste de intenção de voto espontâneo – aquele onde o entrevistado solta o verbo sem uma lista de nomes na frente – o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) simplesmente disparou. Lidera com 26%. Já o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aparece com… bom, como dizer? Um mero 13%. Sim, a distância é mais que o dobro. Algo que, convenhamos, não era esperado por ninguém nesse estágio do jogo.

Mas a coisa não para por aí. Quando a pergunta é estimulada, com os nomes sendo apresentados, o buraco fica mais embaixo. Lula empata. E não é com qualquer um. Ele trava uma batalha acirrada, tecnicamente empatado, com dois pesos-pesados: a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o popular governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os três ficam na casa dos 37%. Uma fotografia eleitoral que, cá entre nós, joga por terra qualquer narrativa de tranquilidade no Palácio do Planalto.

Os Fantasmas da Rejeição

E se a intenção de voto preocupa, o índice de rejeição é um verdadeiro pesadelo. Lula coleciona um número que faz qualquer político tremer: 49% dos eleitores afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. É praticamente metade do eleitorado fechando a porta. Bolsonaro, por sua vez, embora liderando as intenções, também carrega uma mochila pesada de 51% de rejeição. Um verdadeiro cabo de guerra entre o «nunca» de um e o «nunca» do outro.

Michelle e Tarcísio nadam em águas mais tranquilas neste aspecto. A rejeição deles é significativamente menor, girando em torno de 31% e 32%, respectivamente. Um dado que não pode ser ignorado. Num país polarizado, ser a opção com menor taxa de «nãos» pode ser o trunfo mais valioso.

O Xadrez por Trás dos Números

O que isso tudo significa? Ora, é óbvio que 2026 ainda está longe. Muita água vai rolar debaixo dessa ponte. Mas uma coisa é certa: a ideia de que Lula teria um caminho tranquilo para uma eventual reeleição ou para indicar um sucessor… bem, essa ideia acabou de ir por água abaixo.

O cenário está aberto. E como! A ascensão de Tarcísio, com sua imagem de gestor, e de Michelle, canalizando o bolsonarismo mais puro, cria um tabuleiro complexíssimo. O eleitorado, meu caro, parece cansado dos mesmos nomes de sempre. Busca alternativas. E essas alternativas, hoje, têm nome, sobrenome e números que impressionam.

O Palácio do Planalto certamente vai dizer que não comenta pesquisas. É o protocolo. Mas, internamente, a movimentação deve ser frenética. Reescrever roteiros, recalcular a estratégia. Porque os dados, frios e brutos, acabam de entregar um recado difícil de ignorar: a disputa pelo Planalto em 2026 promete ser, no mínimo, eletrizante. E talvez muito diferente do que todos imaginávamos.