Aprovação de Lula cai para 45,9% após três altas seguidas, mostra pesquisa
Pesquisa: aprovação de Lula cai após três altas

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou uma pausa no crescimento de sua popularidade após três meses consecutivos de melhora nas avaliações. Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira (11 de novembro de 2025), a taxa de aprovação do mandato presidencial recuou para 45,9% após ter alcançado 47,9% em outubro.

Queda na avaliação do governo

A pesquisa, realizada entre os dias 6 e 10 de novembro com 2.020 eleitores em 164 municípios de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, mostra que a desaprovação ao trabalho de Lula subiu de 49,2% para 50,9% no mesmo período. As oscilações, tanto na aprovação quanto na desaprovação, ocorreram dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Esta é a primeira queda registrada após três altas consecutivas na avaliação do governo, que vinham sendo observadas desde abril deste ano. O levantamento anterior, de outubro, havia marcado a melhor avaliação do governo Lula desde janeiro de 2024, com 47,9% de aprovação.

Impacto nas projeções eleitorais

O estudo também detectou que o entusiasmo da população com Lula diminuiu nas projeções para as eleições de 2026. De acordo com o Paraná Pesquisas, o petista oscilou negativamente em todos os cenários pesquisados na comparação entre outubro e novembro, sempre dentro da margem de erro.

As projeções indicam que o presidente teria dificuldades em um eventual segundo turno contra:

  • O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)
  • A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL)
  • O ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível

Em todos os cenários analisados, Lula aparece empatado tecnicamente com seus adversários, o que sugere uma disputa eleitoral extremamente acirrada caso o petista busque um quarto mandato presidencial.

Contexto político e estratégias governamentais

O período de melhora nas avaliações do governo, registrado entre junho e outubro, coincidiu com uma mudança na estratégia de comunicação do Planalto. Durante esses meses, a equipe de Lula conseguiu reverter o noticiário negativo e passou a explorar temas como:

  • A crise do "tarifaço" dos Estados Unidos, medida danosa ao Brasil que, em parte, foi estimulada pelo bolsonarismo
  • O discurso de "justiça tributária", especialmente com o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda
  • O alto investimento em programas sociais, como o novo Gás do Povo

Apesar da queda atual, os números ainda representam uma recuperação significativa em relação aos índices registrados no primeiro semestre, quando o governo enfrentava maiores dificuldades em sua avaliação pública.

O levantamento atual também detectou variações negativas nas taxas de avaliação "ótima" e "boa" da terceira gestão de Lula, com aumentos nos índices dos que consideram a administração "ruim" ou "péssima". Todas essas oscilações também ocorreram dentro da margem de erro da pesquisa.