
Parece que o jogo político esquentou de vez em Brasília. Nesta terça-feira, num daqueles lances que deixam todo mundo de cabelo em pé, a oposição simplesmente resolveu mudar as regras do jogo. E olha que o timing não poderia ser mais dramático.
Estávamos no último dia útil para votação, sabe? Aquele momento em que a tensão fica tão pesada que você quase consegue sentir no ar. Foi quando, numa jogada que pegou todo mundo de surpresa — inclusive, suspeito, alguns aliados do governo — a oposição simplesmente tirou da pauta a Medida Provisória 1.267.
O que estava em jogo?
Essa MP não era qualquer uma, não. O governo a criou para substituir um aumento do IOF que, convenhamos, nunca é popular. A ideia era encontrar uma saída diferente para a questão tributária, mas parece que o plano não convenceu.
O plenário da Câmara estava praticamente vazio quando a manobra aconteceu. Coisa de cinema, sério. Uns poucos deputados presentes, aquele silêncio constrangedor, e de repente — puff — a MP some da pauta como mágica.
As consequências imediatas
Agora o governo se vê num daqueles becos sem saída. A MP simplesmente perde a validade, e o que era para ser uma solução vira mais um problema na lista. É como aquela história do tiro que sai pela culatra, sabe?
E olha que interessante: a oposição não fez muito alarde. Foi tudo muito discreto, muito na surdina. Parece que aprenderam que às vezes o silêncio é mais eficiente que gritaria.
O que me deixa pensando é: será que ninguém do governo anteviu essa possibilidade? Porque, cá entre nós, em política sempre tem dessas reviravoltas. A oposição mostrou que ainda tem cartas na manga, e cartas bem jogadas, diga-se de passagem.
E agora, José?
O governo vai ter que se virar nos trinta para encontrar outra solução para a questão do IOF. E a oposição, bem, a oposição deve estar comemorando em algum cantinho — sem fazer muito barulho, é claro.
O que essa história nos ensina? Que em política, assim como na vida, nunca se pode dar nada como certo até o último minuto. O jogo só termina quando o juiz apita, e hoje a oposição marcou um gol nos acréscimos.
Fica a lição — ou seria o aviso? — de que Brasília continua sendo aquela caixinha de surpresas que a gente já conhece. E as surpresas, pelo visto, estão longe de acabar.