Nikolas Ferreira desiste do governo de MG e apoia Zema em 2026
Nikolas Ferreira apoia candidato de Zema em Minas Gerais

O cenário político de Minas Gerais para as eleições de 2026 começa a se definir com movimentos estratégicos que podem consolidar uma ampla frente de direita no estado. A decisão do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) de não concorrer ao Palácio Tiradentes e sua aproximação com o vice-governador Matheus Simões (PSD) surgem como peças-chave nesse tabuleiro.

Renúncia ao governo e estratégia de reeleição

Contrariando expectativas de aliados e até de colegas de partido, Nikolas Ferreira anunciou que não disputará o governo mineiro em 2026. O parlamentar, que completará 30 anos em maio de 2025, atingindo assim a idade mínima constitucional para o cargo, optou por um caminho considerado por ele mais "humilde".

Em declarações feitas na sexta-feira da semana passada, Ferreira justificou sua decisão. "Tenho que pensar como meu inimigo. O que eu mais gostaria que o Nikolas fosse? Pensando como meu inimigo, talvez seria como governador, não é?", questionou. Ele argumentou que, no cargo, perderia o foro privilegiado e ficaria mais exposto a ações do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União.

Além disso, o deputado expressou dúvidas sobre sua capacidade de realizar um bom governo estadual no contexto político atual. "Você acha mesmo que o Executivo, no âmbito da Presidência, vai deixar eu tocar o Estado da maneira que precisa? Existem coisas que tudo a seu tempo", ponderou. Assim, sua intenção declarada é buscar a reeleição para a Câmara dos Deputados.

Aproximação com Matheus Simões e união da direita

Paralelamente à desistência, um segundo movimento ganha destaque: a aproximação pública com o vice-governador Matheus Simões, candidato natural do governador Romeu Zema (Novo). Os dois apareceram juntos em um vídeo nas redes sociais, discutindo uma atuação política conjunta em benefício de Minas Gerais.

Este gesto é interpretado como um claro sinal de que Nikolas Ferreira deve apoiar a candidatura de Simões em 2026, transferindo para ele parte significativa de sua base eleitoral. Como principal força da direita bolsonarista no estado, o apoio do deputado é um trunfo valioso.

A movimentação também exerce pressão sobre outro potencial candidato: o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos). Líder em várias pesquisas de intenção de voto, Cleitinho havia dito à revista VEJA que acreditava contar com o apoio de Nikolas caso entrasse na disputa. No entanto, a nova aliança em formação pode desencorajar sua candidatura, especialmente se ele perceber a falta de coalizões sólidas.

Objetivo: uma grande coalizão

Matheus Simões tem trabalhado para articular uma ampla frente de direita em Minas Gerais, que uniria legendas como PSD, Novo, PL, Republicanos, PP e União Brasil. O apoio explícito de Nikolas Ferreira, e potencialmente o de Cleitinho Azevedo, seria fundamental para concretizar esse projeto.

Em entrevista, o vice-governador mineiro avaliou que a esperada reeleição de Nikolas para a Câmara Federal ajudará a eleger "uma das maiores bancadas federais de direita que o estado já viu". A afirmação sublinha a visão de que a atuação parlamentar forte em Brasília é complementar ao projeto de governo estadual.

Os próximos passos dessa articulação serão decisivos para moldar a disputa pelo Palácio Tiradentes. A capacidade de Simões em costurar essa aliança e a definição final do senador Cleitinho Azevedo são os fatores que agora todos observam. A união da direita mineira, se bem-sucedida, pode alterar profundamente as projeções eleitorais para 2026.