Lula em Emergência: Reunião de Cúpula Tenta Salvar MP que Aumenta Tributos em Jogo Político Apertado
Luna em emergência para salvar MP de tributos

O Planalto vive um daqueles dias de tensão que lembram jogos de pôquer de alto risco. Lula, com aquele jeito característico de quem já viu de tudo na política, convocou para esta terça-feira uma reunião de emergência com os principais nomes do seu governo. A missão? Tentar desatar o nó que ameaça estrangular a MP 1.227, aquela que todo mundo está comentando por aumentar uma penca de tributos.

Parece que a coisa está feia mesmo. O governo precisa correr contra o relógio — e olha que o prazo está se esgotando feito areia entre os dedos. A medida, que já nasceu polêmica, enfrenta uma resistência danada no Congresso. E o pior: até aliados de longa data estão com um pé atrás.

O Xadrez Político

Na mesa de reuniões, estavam pesos-pesados como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Randolfe Rodrigues (Relações Institucionais). A conversa foi direta ao ponto: como convencer deputados e senadores a abraçar uma proposta que, convenhamos, nunca é popular.

O que me chamou atenção foi o timing. A reunião acontece justamente quando o relator da MP, Danilo Forte, prepara seu parecer. É como aquela jogada de xadrez em que você precisa antecipar o movimento do adversário. O governo sabe que não pode perder essa — a derrota seria um baque e tanto na credibilidade econômica.

Os Números que Assustam

A resistência no Congresso é concreta. Calcula-se que o governo precise de pelo menos 257 votos na Câmara. Só que até entre a base aliada há murmúrios de insatisfação. Alguns partidos, que normalmente apoiariam sem pensar duas vezes, agora estão com a famosa "dor de barriga" política.

E não é para menos. A medida mexe no bolso de todo mundo — aumenta PIS/Cofins sobre importações, revisa tributos em setores específicos. Em ano que a economia ainda patina, a conta fica difícil de engolir.

O Jogo de Cena

O interessante é observar como o governo tenta contornar a situação. Há conversas nos bastidores, promessas de emendas, ajustes no texto. É a velha política do toma-lá-dá-cá, mas com um agravante: o tempo está curto.

Rui Costa, sempre pragmático, deve liderar as negociações diretas com os parlamentares. Haddad, por sua vez, fica com a parte técnica — explicar por que esses aumentos são necessários para fechar as contas públicas.

Mas cá entre nós: convencer políticos a votar a favor de aumento de imposto em ano que não é eleitoral é como tentar ensinar gato a latir. A tarefa é hercúlea.

O Que Esperar

Os próximos dias serão decisivos. O governo precisa mostrar jogo de cintura e, quem sabe, ceder em alguns pontos para salvar o conjunto da obra. O risco de ver a MP cair por terra é real — e as consequências seriam duras para as metas fiscais.

Enquanto isso, no Congresso, o clima é de expectativa. Cada líder partidário segura suas cartas perto do peito. Lula, experiente como poucos, sabe que essa batalha vai exigir mais do que discursos — vai precisar de muita negociação, talvez algumas concessões, e uma boa dose daquela paciência que só os políticos de carreira desenvolvem.

O jogo está aberto. E todo mundo quer saber de que lado vai cair a ficha.