Lula Sobe na Aprovação, Mas Governo Segue No Vermelho: Entenda a Curiosa Equação Política
Lula sobe na aprovação, mas governo segue reprovado

Eis aí uma daquelas pesquisas que faz a gente coçar a cabeça, sabe? Não é preto no branco. Longe disso. Os números mais recentes da Quaest pintam um retrato cheio de nuances do governo Lula. A imagem do presidente deu uma subida, inegável – saiu de 35% em dezembro para 39% agora em março. Algo está, pelo menos, se movendo.

Mas – e sempre tem um mas, não é mesmo? – o fantasma da desaprovação ainda ronda forte. A taxa de quem avalia o governo como ruim ou péssimo é de 32%. Juntando com os que consideram regular, a fatia dos insatisfeitos salta para 61%. Uma maioria nada desprezível, convenhamos.

O Que Impulsiona essa Melhora?

Ora, a gente não precisa ser um expert para sentir o cheiro de alívio no ar. O recuo da inflação é um bálsamo para o bolso de qualquer um. Ver o preço das coisas parar de subir como um foguete desgovernado traz um certo sossego. E o governo, claro, não perdeu tempo em emoldurar esse feito e pendurá na parede como um troféu. A sensação de que o pior já passou é um vento favorável nas costas de Lula.

No entanto, é um otimismo frágil, quase cauteloso. As pessoas respiram, mas não soltaram o ar completamente. A economia melhorou, sim, mas será que vai durar? Essa pergunta fica ecoando por aí.

Os Calos Que Ainda Doem

Ah, e tem os problemas de sempre, aqueles que teimam em não ir embora. A violência, meu Deus, a violência. Esse é um calo que dói em todo mundo, sem exceção. E aí, a percepção é que o governo patina. Não apresenta um plano claro, uma resposta à altura do desespero de quem tem medo de sair de casa.

E não para por aí. A máquina pública, aquela velha conhecida nossa, continua emperrada. Serviços essenciais – saúde, educação – ainda deixam a desejar, e muito. O povo sente na pele a lentidão, a burocracia, a falta de qualidade. Promessas são uma coisa; a realidade crua e dura é outra bem diferente.

O Xadrez Político

Olhando de longe, a coisa fica ainda mais interessante. Lula se fortalece na sua base tradicional, claro. Entre os mais pobres e com menos estudo, a aprovação dispara. Mas o centro, aquela faixa de eleitores que decidem tudo, segue resistente. Desconfiado. E sem convencê-los, fica difícil virar esse jogo.

É uma equação complexa: como manter a base animada enquanto tenta conquistar quem ainda torce o nariz? O presidente caminha sobre essa corda bamba todos os dias. Um passo em falso e o apoio, ainda frágil, pode desmoronar.

No fim das contas, a pesquisa da Quaest não traz uma resposta, mas sim um grande ponto de interrogação. Lula recuperou fôlego, ok. Mas ainda está longe de ganhar a partida. O segundo ano de governo promete – e muito. Será que a melhora econômica se sustenta? E os velhos problemas, vão finalmente ser encarados de frente?

Fiquemos de olho. A opinião pública é um animal selvagem; pode mudar de direção num piscar de olhos.