
Numa jogada que mistura diplomacia e timing político, o presidente Lula embarca rumo ao Chile neste domingo. O destino? Conversas sobre a defesa da democracia — tema que nunca esteve tão em alta e, ao mesmo tempo, tão sob ameaça.
E não é que o timing poderia ser mais oportuno? Enquanto o avião presidencial decola, os Estados Unidos — sob o comando de um Trump ressurgente — anunciam novas tarifas e medidas que atingem diretamente o Supremo Tribunal Federal brasileiro. Coincidência? Difícil acreditar.
O tabuleiro geopolítico esquenta
O Chile, que nos últimos anos se tornou uma espécie de termômetro das democracias latino-americanas, recebe Lula num momento peculiar. Do outro lado do Equador, os ventos sopram frios nas relações Brasil-EUA.
"É como assistir a um jogo de xadrez onde as peças se movem sozinhas", comenta um diplomata que preferiu não se identificar. "Enquanto o Brasil tenta fortalecer laços regionais, as peças do tabuleiro norte-americano parecem dispostas a criar obstáculos."
O elefante na sala: as medidas de Trump
Não dá pra fingir que não existe. As novas políticas comerciais americanas:
- Atingem setores estratégicos da economia brasileira
- Colocam em xeque decisões do STF
- Criam um clima de... digamos, desconforto diplomático
E no meio desse turbilhão, Lula escolhe justamente agora para bater um papo sobre democracia com os chilenos. Será mera coincidência ou movimento calculado?
O que esperar do encontro no Chile?
Fontes próximas ao Planalto sugerem que a agenda inclui:
- Mecanismos de proteção democrática regional
- Respostas coordenadas a interferências externas
- — isso é interessante — possíveis acordos comerciais alternativos
"Quando um lado fecha portas, outros países abrem janelas", filosofou um assessor durante os preparativos para a viagem. E parece que o governo brasileiro está de olho em várias janelas chilenas.
Enquanto isso, em Brasília, o clima é de cautela. As medidas americanas ainda estão sendo decifradas, mas já deixam claro: o jogo político internacional está mais complexo do que nunca. E o Brasil? Bem, parece estar aprendendo a jogar em vários tabuleiros ao mesmo tempo.