
Parece que o vento finalmente soprou a favor. Depois de um começo turbulento — e quem não se lembra daqueles primeiros meses cheios de percalços? — Lula navega agora por águas bem mais calmas. A popularidade dele decolou de forma impressionante, a economia mostra sinais animadores de recuperação e até no Congresso as coisas parecem caminhar com menos atritos.
Mas é aí que mora o perigo, sabe? Quando tudo parece perfeito demais... bom, a gente desconfia. E no caso do presidente, há uma nuvem no horizonte que pode estragar essa bonança toda.
Os números que impressionam
Os últimos levantamentos mostram algo que muitos duvidavam ser possível: Lula atingiu seu pico de popularidade desde que retornou ao Planalto. A aprovação do governo disparou — e não é pouco não. A rejeição, por sua vez, encolheu significativamente.
Parece que o brasileiro médio está respondendo bem às medidas econômicas recentes. O auxílio Brasil, os cortes de juros... tudo isso criou um clima de otimismo que há muito não se via por essas bandas.
O que explica essa virada?
Olha, é uma combinação de fatores, na minha opinião. Primeiro, a economia realmente melhorou — e quando o bolso do povo fica mais cheio, a popularidade sobe naturalmente. Segundo, Lula soube capitalizar bem as conquistas sociais do seu governo anterior, criando uma espécie de "saudade do futuro" que ressoa com muitos eleitores.
E tem mais: a oposição anda meio perdida, sem conseguir articular uma narrativa coesa contra o governo. Isso, é claro, facilita muito a vida do Planalto.
A ameaça que ninguém está vendo
Agora vem a parte preocupante. Enquanto todos comemoram os bons ventos, eu fico pensando naquela máxima do futebol: é perigoso comemorar antes do tempo.
Há uma questão específica — e bastante técnica, diga-se — que pode virar esse jogo todo de cabeça para baixo. Os especialistas chamam de "risco sistêmico", mas na prática significa que uma decisão judicial ou uma manobra política mal calculada pode desestabilizar toda essa conquista recente.
É como construir um castelo de areia na praia: parece sólido, mas uma onda maior pode levar tudo.
Os sinais de alerta
- O cenário internacional ainda é volátil — e o Brasil não é uma ilha
- As reformas estruturais emperram no Congresso
- A base aliada mostra fissuras em questões polêmicas
- O Judiciário pode surpreender com decisões impopulares
Não estou sendo alarmista, longe disso. Mas a história política brasileira nos ensina que momentos de calmaria podem preceder tempestades inesperadas.
E agora, José?
O que Lula precisa fazer para não perder esse bonde? Na minha visão, ele tem uma janela de oportunidade — mas ela não dura para sempre.
Primeiro, é crucial aproveitar essa popularidade para avançar nas reformas que ainda patinam. Segundo, precisa manter a unidade da base governista, que às vezes parece mais diversa que feira livre. E terceiro — e talvez mais importante — deve evitar a tentação do excesso de confiança.
Porque na política, como na vida, quando você acha que está tudo sob controle... é justamente quando tudo pode desmoronar.
O momento é de otimismo, sim. Mas também de cautela. O futuro dirá se Lula soube navegar nessas águas aparentemente tranquilas — ou se subestimou as correntes mais profundas que podem levar seu governo para direções inesperadas.