
Não vai ser moleza. A proposta que promete aliviar o bolso de milhões de brasileiros — isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil — pode esbarrar numa teia de interesses no plenário. Quem avisa é o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira, num tom que mistura realismo político com um pé atrás.
"Tem coisa que parece fácil no papel, mas quando chega no chão do Congresso...", soltou Lira, deixando a frase no ar como quem já viu esse filme antes. O projeto, que está sendo tratado como prioridade pelo governo, agora enfrenta o labirinto das negociações parlamentares.
Onde está o nó?
Três palavrinhas mágicas (ou amaldiçoadas, depende do ponto de vista): orçamento público. Segundo cálculos não oficiais, a medida criaria um rombo de R$ 25 bilhões nos cofres públicos. E adivinha quem não está nem um pouco afim de abrir mão dessa grana?
- Setores da economia que dependem de incentivos fiscais
- Estados e municípios que temem perder repasses
- Bancada técnica que questiona o impacto fiscal
Numa jogada típica de Brasília, Lira deixou escapar que o texto pode precisar de "ajustes" — eufemismo político para "mudanças radicais". A questão agora é saber até onde vai a elasticidade dessa proposta antes de arrebentar.
O jogo de xadrez tributário
Enquanto o cidadão comum sonha com o alívio no contracheque, os deputados fazem contas de outro tipo: como equilibrar essa medida com outras pendências? A reforma tributária, que anda a passos de tartaruga, pode virar moeda de troca nesse cabo-de-guerra.
"Quando se mexe no IR, é como cutucar vespeiro com vara curta", comentou um assessor parlamentar sob condição de anonimato. A verdade é que todo mundo quer aparecer como defensor do trabalhador, mas poucos estão dispostos a abrir mão de recursos para bancar a medida.
E você, acha que essa isenção sai do papel em 2025? Ou vai virar mais uma promessa engavetada? O plenário que decide — ou melhor, o jogo político que manda.