
Não é de hoje que Hugo Motta tenta se firmar como o "cara durão" da política — aquela figura que não tem medo de polêmica e corta relações com quem não anda na linha. Mas será que essa postura está dando certo? Ou será que, no fim das contas, falta a ele aquela malandragem necessária para navegar no mar de interesses que é Brasília?
Nos últimos meses, Motta vem sendo alvo de críticas cada vez mais frequentes. De um lado, admiradores aplaudem sua firmeza. De outro, analistas políticos torcem o nariz: "Ele tem a força, mas falta o jogo de cintura", dispara um experiente assessor do Congresso, que prefere não se identificar.
O preço da rigidez
Em política, como na vida, nem tudo é preto no branco. E Hugo Motta parece estar aprendendo isso da pior maneira possível. Seus aliados mais próximos admitem, em off, que o estilo confrontador tem custado caro — projetos emperram, apoios minguam e, pior, inimigos se multiplicam como cogumelos após a chuva.
- Na semana passada, três partidos romperam acordos com sua bancada
- Um projeto de lei considerado prioritário foi engavetado por falta de apoio
- Até mesmo dentro do próprio partido cresce o mal-estar
"Ele acha que política se faz no grito", comenta um deputado da base aliada, entre um gole de café e outro. "Só que Brasília funciona no sussurro — nos corredores, nos jantares, nas conversas de elevador."
Críticas ganham corpo
O que era um murmúrio discreto virou debate aberto. Especialistas em estratégia política começam a questionar publicamente se o "modelo Motta" realmente funciona. "Tem hora para ser duro e hora para ser flexível", argumenta a cientista política Marina Lopes. "Quem não sabe diferenciar acaba isolado."
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização é evidente. Seus seguidores mais fiéis defendem a postura com unhas e dentes — "finalmente alguém com coragem!", escreve um apoiador. Já os críticos são igualmente fervorosos: "Teimosia não é virtude, é defeito", rebate um opositor.
O próprio Motta, é claro, não parece disposto a ceder. Em recente entrevista, disparou: "Prefiro perder sendo eu mesmo do que vencer sendo outro". Frase de efeito? Sem dúvida. Mas será que essa filosofia resiste ao pragmatismo necessário para sobreviver no cenário político atual?